Jandira se reúne com sambistas e ouve reivindicações

Jandira lembrou que o carnaval de rua do Rio, no passado, era uma tradição obrigatória da cidade, aguardada com grande expectativa pelos foliões. Ela assinalou que o descaso da prefeitura contribuiu para esvaziar os coretos e praças, tradicionais pontos de encontro de famílias inteiras durante os quatro dias de folia.

A candidata ouviu algumas das principais reivindicações dos sambistas. Eles pediram, entre outras coisas, para que a prefeitura aumente a subvenção destinada às agremiações, eleve o valor do contrato de prestação de serviço para que a entidade possa continuar organizando o desfile das escolas do grupo de acesso e ainda participe de forma mais atuante nas negociações de posse do imóvel do prédio da Praça Marechal Hermes.

A entidade deseja que, futuramente, o local abrigue os barracões onde as escolas possam montar o seu carnaval, produzindo fantasias, alegorias, carros alegóricos e adereços. Os sambistas reivindicam ainda a melhoria da infra-estrutura do local onde tradicionalmente ocorrem os desfiles das escolas do Grupo de Acesso, na Estrada Intendente Magalhães, no Valqueire. “Por que a Intendente Magalhães não está no roteiro turístico do Rio? Porque a cidade não tem plano diretor de turismo, que é uma atividade que gera emprego e renda”, criticou a candidata da coligação “Mudança Pra Valer” (PCdoB/PSB/PTN/PHS).

Jandira avaliou que as reivindicações da AESCRJ são fáceis de serem atendidas. Segundo ela, basta que as pessoas acreditem e dêem seu voto de confiança, fazendo a escolha certa nas urnas, no próximo dia 5 de outubro. “Como acreditar? Tem que ver a história de cada um. Tenho 22 anos de vida pública e não vou jogar fora. Hoje há a espetacularização do que é ruim e as pessoas vão cada vez acreditando menos. Fui a deputada que mais aprovou lei no Congresso Nacional. Essa determinação de chegar até o fim é o meu compromisso”, garantiu.

Provocação de Maia

Jandira Feghali chamou de provocação a proposta do prefeito Cesar Maia (DEM) de condicionar a renovação da concessão do Carnaval de 2009 com a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) se os candidatos concordarem. Em entrevista ao Jornal O Globo, Maia disse que só vai assinar o contrato do Carnaval 2009, caso seja unânime entre os candidatos mais bem colocados à Prefeitura do Rio que a administração do Grupo Especial, da venda de ingressos e do Sambódromo continue nas mãos da Liesa. Quem não quiser deve formalizar sua resposta para Cesar Maia. Com isso, a assinatura poderia ser feita apenas em janeiro de 2009.

“Isso é uma brincadeira com a população, com o Carnaval, com as escolas de samba. O Carnaval do ano que vem tem que ser organizado agora”, reagiu Jandira.

Jandira não quis dizer se vai renovar a concessão para a Liesa. “As instituições são independentes de quem está por trás delas. Não tendo alternativa. A prefeitura tem que lidar com quem faz o Carnaval, sem uma visão preconceituosa. A forma jurídica –concessão, licitação– vamos ver depois. Eu converso com todas pessoas que atuam na cidade do Rio de Janeiro. Não tenho preconceito com ninguém”, respondeu.

Jorge Castanheira, presidente da Liesa, disse que abre as planilhas de custos da Liga para os candidatos. Segundo ele, a assinatura do contrato do Carnaval 2009 precisa acontecer com um prazo de antecedência, porque a Liga tem que realizar a venda de ingressos, que começam em outubro (camarotes) e vão até dezembro (arquibancadas). Além disso, a Liesa também é a responsável pela organização da infra-estrutura para realização dos ensaios técnicos na Sapucaí, que começam em dezembro.