Oposição endurece discurso, senador do DEM ameniza

Enquanto os partidos da oposição PSDB, DEM e PPS distribuíram nota endurecendo o discurso contra o governo sobre o episódio do grampo, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que teve uma conversa com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilma

''O foco principal é que eles contam mesmo com essa possibilidade inicial de ter sido algum espião absolutamente desviado de suas funções dentro da Abin'', disse o senador, afastando qualquer possibilidade do envolvimento da direção do órgão.


 


Ele já havia considerado improvável a participação do presidente Lula no episódio e elogiou os procedimentos adotados pelo governo no caso. Na ocasião, também afastou a hipótese de protocolar pedido de impeachment contra o presidente, conforme queriam alguns senadores da oposição mais afoitos.


 


O grampo, na sua opinião, foi feito no telefone celular do ministro Gilmar Mendes, situação também aventada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Félix, em depoimento à CPI dos Grampos da Câmara.


 


Nesse caso, Jorge Félix  também não descartou que o grampo fosse obra de Daniel Dantas. A escuta seria uma encomenda do banqueiro para desmoralizar a Abin e a Polícia Federal, uma vingança pelo fato de ele ter sido preso na Operação Satiagraha. 


 


Nota destoante


 


Num texto tosco e fora da realidade, assinado pelos presidentes do DEM, PSDB e PPS, os partidos acusam o presidente Lula de receber relatórios periódicos sobre os grampos e dizem que ele teve uma reação “frouxa” diante do episódio. “O Brasil vive hoje uma situação de grave crise institucional”, diz a nota.


 


''É preciso buscar nas próprias instituições o antídoto contra o veneno do autoritarismo. Neste momento, porém, é preciso que se diga claramente: cai a zero nossa confiança na capacidade do Poder Executivo de se auto-investigar'', prossegue a nota.


 


Desconsideraram o próprio trabalho no legislativo da CPI dos Grampos que já colheu importante depoimento sobre o caso e confirmou para a próxima semana a convocação do diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda; o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim.


 


Na nota, eles apelam para que o Congresso “saia da letargia, contribua para a sua própria defesa diante da gravidade das circunstâncias e atue essencialmente como uma instância de legitimação e apoio às investigações necessárias à defesa da Democracia.”


 


Ao mesmo tempo em que a oposição esbravejava, com autorização do presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), a PF realizava perícia nos telefones dos gabinetes e na central telefônica do Senado. Nada foi encontrado.


 


Diante de tudo, o Planalto mandou avisar que não vai responder as críticas fora de hora dos três partidos.


 


De Brasília,


Iram Alfaia com informações das agências.