Secretário da Segurança de SP diz que torturas 'são exceção'

Em entrevista à Folha nesta sexta-feira (5), o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, disse que a denúncia de que três jovens teriam sido torturados enquanto estavam na prisão deve ser investigada e que a prática “é uma exceção” n

“Se amanhã ficar provado que houve tortura, penso que não se pode confundir a floresta com a árvore”, disse o secretário à reportagem do jornal paulistano Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (4).



De acordo com a reportagem, o secretário acredita que a atuação da polícia deve ser “firme, mas com respeito aos direitos do cidadão”,  entre eles “não ser torturado”. Ele alega que, no curso de treinamento dos policiais, há uma quantidade grande de matérias relacionadas aos direitos humanos.



“Determinei hoje [quinta-feira] ao delegado-geral que o caso seja avocado pela Corregedoria Geral da Polícia, que tem mais meios e mais estrutura para apurar com rigor.”


 


Após serem mantidos presos por dois anos em uma cela superlotada sob a acusação de terem violentado sexualmente e assassinado uma garota de 22 anos, Renato Correia de Brito, 24, o seu primo, William César de Brito Silva, 28, e o amigo, Wagner Conceição da Silva, 25, foram libertados na quarta-feira do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos.



Os três, que dizem só ter assumido o crime após serem torturados por policiais militares e civis, foram soltos por decisão da Justiça cinco dias depois de Leandro Basílio Rodrigues, 19, chamado pelos policiais civis de “maníaco de Guarulhos”, ter admitido o assassinato de Vanessa Batista de Freitas, 22, ex-namorada de Renato.



Ontem, a administração José Serra (PSDB) anunciou o afastamento dos policiais envolvidos na prisão: dois policiais militares e quatro policiais civis (um delegado, um investigador, um escrivão e um carcereiro). Os nomes deles não foram revelados.



À época das prisões, a polícia divulgou que Vanessa havia sido morta porque seu ex-namorado queria evitar uma ação judicial -para requerer pensão alimentícia para o filho- e teria contratado os outros dois para “dar um susto” na moça.