Cerimônia de abertura das Paraolimpíadas celebra a vida

A cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos marcou o começo do segundo maior evento esportivo na China. A 13.ª Paraolimpíada de Pequim promete ser tão grandiosa quanto as Olimpíadas. Na cerimônia, seis mil dançarinos, alguns com deficiência, c

Com o tema céu, a Terra e os seres humanos que simbolizam o emblema dos Jogos, mais de três horas da cerimônia enfatizaram o valor à vida. Segundo o diretor executivo das cerimônias de abertura e encerramento, Zhang Jigang, o espetáculo foi desenvolvido com base em acertos e erros.



Ele admite que quando começou a trabalhar com artistas deficientes teve cautela nas escolhas das palavras e na maneira de agir, para não ofender ninguém. Entretanto, o diretor percebeu que com o passar do tempo, o espírito de amizade e de cooperação predominou em relação a qualquer outro. Ele disse sentir-se satisfeito com seu trabalho que permaneceu até hoje em segredo do público e da imprensa.


 


O diretor só revelou antes que o evento seria dividido em três partes: a viagem ao espaço, o tempo e a vida. Além do desfile dos mais de quatro mil atletas de 148 países, a entrada da Tocha Paraolímpica e a tradicional queima de fogos.



Até inicio da cerimônia de abertura, a tocha percorreu 5,5km, carregada por 120 pessoas. A partir do tema, “transcendência, integração e igualdade”, o símbolo Paraolímpico percorreu 13000km, por duas rotas e passou por 850 pessoas, sendo 170 portadoras de necessidades especiais, durante nove dias. No caminho por cidades históricas da China, ela passou por Xi’an, Hohhot, Changsha, Nanjing and Luoyang.



Na outra rota, a chama passou por cidades modernas do país como, Shenzhen, Wuhan, Xangai, Dalian e Qingdao onde Robert Scheidt e Bruno Prada conquistaram a medalha de prata na classe laser da vela durantes os Jogos Olímpicos.



Na frente de suar maior delegação da história, 188 atletas, o Brasil teve como porta-bandeira o judoca Antônio Tenório que foi medalha de ouro em Atenas e campeão nos Jogos Parapan-Americanos do Rio de Janeiro 2007, na categoria 100kg, classe cego total.



A equipe brasileira é a quarta maior nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, ficando atrás da anfitriã, Estados Unidos e Reino Unido, segundo o comitê organizador dos Jogos, (Bocog, sigla em inglês). Os brasileiros disputam 17 modalidades das 20 que fazem parte do quadro Paraolímpico.



A delegação brasileira terá oito competidores do Distrito Federal que garantiram a participação no atletismo, vôlei, tênis e hipismo que será disputado em Hong Kong. 45,2% dos atletas da equipe brasileira são de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, e 20,7 do Nordeste. Os estados Acre, Amapá, Ceará, Piauí, Roraima, Sergipe e Tocantins não têm nenhum atleta competindo.



Candangos



Vítima de paralisia cerebral, Shirlene Guilhermino não imaginava que pudesse chegar tão longe. Aos 27 anos, a brasiliense da classe F37 quebrou o recorde mundial no Parapan Rio 2007, quando alcançou a marca de 27,59m. Em 2008, no Circuito Brasil Paraolímpico, em Uberlândia, a atleta superou sua própria marca, registrando 31m. Mas o bom desempenho da lançadora não pararia por aí. No mesmo mês, Shirlene ampliou em 89cm a distância de seu arremesso, registrando 31,89m.



Antônio Delfino não fica para trás. Dez anos mais velho que Shirlene, o piauiense que treina em Brasília há 15, é recordista mundial dos 400m rasos, na classe T46. Ele teve parte do braço direito amputado após um acidente de trabalho, na época em que era lavrador. Hoje, acumula três medalhas paraolímpicas e cinco parapan-americanas.



A primeira, de prata, veio na Paraolimpíada de Sydney, em 2000. Em Mar del Plata, 2003, Delfino foi ouro nos 100, 200 e 400m rasos. Em Atenas 2004 vieram mais duas medalhas douradas que, somadas às duas pratas conquistadas nos 100m e nos 200m do Parapan Rio 2007, fizeram do atleta um dos maiores medalhistas do mundo.


 


A lista de representantes de Brasília no atletismo fica completa com Ariosvaldo Fernandes da Silva. Ouro nos 100 e 400m e prata nos 200m no Parapan do ano passado, ele compete como cadeirante, na classe F53.


 


No hipismo, a representação brasiliense será feita por Davi Salazar, Sérgio Froes e Marcos Fernandes. Assim como Cláudio Irineu da Silva, no vôlei, e Carlos Alberto dos Santos, no tênis, eles terão a chance mostrar toda a garra de Brasília na busca pelo primeiro lugar no pódio.


 


A China terá sua maior delegação, com 332 atletas, e promete um desempenho igual aos dos Jogos Olímpicos quando subiram no pódio cem vezes, 51 ouro, 21 de prata, 28 de bronze e lideram o quadro de medalhas. Na Paraolimpíada de Atenas 2004, o país ganhou 63 medalhas de ouro.


 


De acordo com Chefe de Delegação do país sede, Wang Xinxian, a China tem uma equipe forte na natação, no tênis de mesa e levantamento de peso. “Essa é a hora da China mostra para o mundo que também gosta do Paraesporte”, disse Wang. O comitê organizador dos Jogos informou que 6.300 jornalistas de todo o mundo farão a cobertura do evento que começa hoje (6) e termina no dia 17 de setembro.