Aeroportuários questionam privatização dos aeroportos

Em carta ao presidente Lula, o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) colocou em dúvida a intenção dele, manifestada em reunião e divulgada pela imprensa, de autorizar a venda dos aeroportos Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro e o de Viracopos, em

“Companheiro presidente, apesar de todas essas evidências os aeroportuários não acreditam que já foi tomada a decisão de privatizar – ou seja lá o que for -, a Infraero”, diz a carta, referindo-se a uma audiência realizada na última segunda (1) quando o presidente teria autorizado a privatização.


 


Participaram da audiência com Lula os ministros Nelson Jobim (Defesa), Dilma Roussef (Casa Civil) e os presidentes da Infraero, Sérgio Gaudenzi e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira.


 


“Todos sabemos que o ministro Jobim e a senhora Solange Vieira são favoráveis à privatização de alguns aeroportos, hoje, administrados pela Infraero. Sabemos, ainda, que o seu aliado, o governador Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), vem fazendo campanha pela privatização do Galeão. Aliás, no mesmo dia em que se realizava a citada audiência, Cabral encontrava-se em Londres e, durante reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI), denominou o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro como rodoviária”, diz o documento.


 


Consórcio já estaria em formação


 


Protestaram contra a privatização e da possível formação de um consórcio para operar futuramente toda a infra-estrutura da Infraero. “Tomamos conhecimento da formação da empresa A-PORT, com a participação brasileira da Camargo Corrêa, do grupo suiço Unique e do chileno IDC, os dois últimos com experiência na administração aeroportuária.”


 


Segundo a carta, os 12 aeroportos viáveis financeiramente mantém os outros 55 e as demais unidades da Infraero. Reconhecem que é preciso modernizar a infra-estrutura aeroportuária, mas “não é possível que o companheiro Lula tenha decidido passar os aeroportos rentáveis – e que viabilizam toda a estrutura aeroportuária – para a iniciativa privada.” Eles lembraram que a Infraero sempre foi uma empresa rentável nos seus 35 anos de existência.


 


Cobraram audiência com o presidente para que ele possa ser lembrado dos compromissos com a categoria. “Desde de 1989 marchamos ao seu lado para chegar à Presidência (República), apesar de, naquela época, a Infraero ser uma repartição militar.”


 


Lembraram dos compromissos de Lula contra as privatizações e a defesa do patrimônio público.


 


“Companheiro presidente, na certeza de um encontro, muito em breve, para relatar o ponto de vista da categoria em relação à Infraero, enviamos um fraternal abraço dos aeroportuários”, finaliza o documento assinado pelo presidente do Sina, Francisco Lemos.


 


De Brasília,


Iram Alfaia