Deputados tentam desqualificar Satiagraha na CPI dos Grampos

Palco de questionamentos da condução do trabalho da Polícia Federal (PF) na Operação Satiagraha, que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, a Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas, a CPI dos Grampos, tomará o depoimento nesta qua

Do aposentado Franscico Ambrósio querem saber se de fato foi ele o responsável pela suposta gravação ilegal que atingiu o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, numa conversa com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), segundo o que foi publicado na revista ISTO É


 


Na semana passada, em depoimento à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, Ambrósio negou que tivesse qualquer participação no episódio. Com relação a Operação Satiagraha, o aposentado disse que trabalhou para o delegado Protógenes Queiroz (responsável pelo comando da operação) numa função burocrática. Por meio do pagamento mensal de R$ 1.500, ele realizava o trabalho de colaborador eventual na separação de papéis.


 


Também vão depor o 3º sargento do Centro de Inteligência do Comando da Aeronáutica Idalberto Martins e o 3º sargento da Polícia Militar do Distrito Federal Jairo Martins de Souza. O primeiro seria o responsável em indicar Ambrósio para participar da operação e, o segundo, teria ajudado o ex-agente nos trabalhos.


 


Félix é chamado pela 2ª vez


 


Com o general Félix, que pela segunda vez é convocado, os parlamentares, sobretudo do PSDB, vão insistir na “ilegalidade” da participação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação da PF e na suposta existência de equipamentos no órgão com capacidade para realizar interceptação telefônica.


 


A revista Veja atribuiu a agentes da Abin a responsabilidade da realização do grampo entre o presidente do STF e o senador Demóstenes. Logo depois, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ao presidente Lula que a Abin possuía equipamentos com capacidade de realizar escutas. O general Félix negou em audiência no Senado a existência de tais equipamentos.


 


Um laudo do instituto de criminalística da PF revelou que os aparelhos adquiridos pela Abin não têm capacidade de realizar grampos em telefones celulares e nem em centrais telefônicas, como é o caso dos aparelhos do ministro e do senador.


 


Quanto a participação de agentes da Abin na Operação Satiagraha, o ex-diretor-geral do órgão Paulo Lacerda disse que não houve desvio de funções da Abin em ceder funcionários para ajudar a PF nas investigações. “Afinal de contas todos são funcionários públicos. Entendo que foi uma decisão acertada da Abin apoiar a PF, que também faz parte do sistema de inteligência do país”, disse.


 


Defesa de Dantas


 


Enquanto isso, os advogados de Daniel Dantas têm como principal linha de defesa desacreditar a condução dos trabalhos da Operação Satiagraha e com isso pedir a anulação das investigações. Por enquanto, o principal acusado está fora de foco.


 


“Hoje, o que se discute é a conduta dos investigadores. Não se discute mais o investigado principal. E nem os fatos que porventura estão em torno dele, que são mais graves que a figura central dele. E o próprio investigado tem noção disso, senão não estaria fazendo toda uma estratégia de trabalho nesse sentido. Estava já voltando o foco para o investigado e os fatos em torno dele e aí se criou outro fato. E acredito que outros virão”, disse Protógenes Queiroz em entrevista ao jornal goiano O Popular.


 


De Brasília,


Iram Alfaia