João da Costa: “Povo é quem vai decidir prefeito do Recife”

“Quem vai decidir o novo prefeito do Recife é o povo”. Com esta frase, o favorito nas pesquisas eleitorais para a Prefeitura do Recife, João da Costa (PT), reagiu à notícia de que teve a candidatura cassada pelo juiz Nilson Nery, da 8ª Zona Eleitoral do R

João da Costa concedeu entrevista coletiva menos de duas horas depois que o magistrado anunciou a decisão de aceitar a denúncia oferecida pela promotora Andrea Nunes, do Ministério Público de Pernambuco. Ele foi enfático. “A campanha continua na rua, porque vamos entrar com efeito suspensivo no TRE”, avisou.



Pesquisa indica vitória no primeiro turno



O juiz Nilson Nery decidiu aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público e cassar o registro da candidatura de João da Costa à Prefeitura do Recife alegando que o candidato  teria sido beneficiado pelo suposto uso da máquina pública. 


 
O advogado Stênio Neiva, que representa tanto o candidato quanto a coligação Frente do Recife, recebeu a sentença e anunciou de imediato que vai recorrer. João da Costa pode recorrer da decisão no TRE-PE (Tribunal Regional Eleitoral) de Pernambuco e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).  Caso a cassação seja mantida, ele também ficará inelegível por três anos.



O candidato é apoiado peklo atual prefeito, João Paulo, pelo governador de Pernambuco, Eduardo Costa e tem ainda a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi lançado pela Frente do Recife, que coliga 15 partidos (PCdoB,  PDT,  PMN,  PTB,  PRP,  PTdoB,  PT,  PSDC,  PR,  PSB,  PTN,  PRB,  PRTB,  PSL e PHS) e rapidamente assumiu a liderança em todas as pesquisas de opinião na capital pernambucana. Na última sondagem do instituto Datafolha, divulgada no sábado (20), ele tinha 48% das intenções de voto na capital pernambucana, contra 43% dos outros seis candidatos somados – apontando para uma vitória no primeiro turno.



Promotora queria punir também o prefeito atual



No entanto o juiz livrou o atual prefeito, João Paulo (PT), de punição. O magistrado disse que não encontrou indícios suficientes de participação do prefeito na denúncia de uso da máquina pública da Prefeitura do Recife em favor do candidato.



A promotora Andrea Nunes, que ofereceu a denúncia contra o candidato, disse estar insatisfeita com a resolução do juiz porque este não puniu também o atual prefeito, João Paulo, também do PT. Ela também pretende recorrer da decisão, pois deseja também a punição e a inegibilidade do prefeito, que conclui o seu segundo mandato.



A investigação sobre o uso da máquina pública da Prefeitura do Recife na campanha de João da Costa começou no dia 22 de agosto, quando a promotora Andrea Nunes recebeu denúncia anônima, informando que funcionários da Secretaria de Educação do Recife estavam usando os computadores da instituição para enviar e-mails com de caráter eleitoral, o que é proibido por lei.



No dia 22, a Polícia Federal realizou uma busca autorizada pela Justiça no prédio da Secretaria, apreendendo arquivos de dez computadores. Este material forneceu a maioria dos dados que o juiz Nilson Nery interpretou como provas contra João da Costa.



O magistrado recebeu o pedido de cassação da candidatura, enviado pela promotora, no dia 16 de setembro. O processo também solicitava punição, em forma de um período de inelegibilidade forçada, para o prefeito do Recife, João Paulo. A ação questionou ainda  o gasto de R$ 110 mil para divulgação impressa do Orçamento Participativo –pasta em que João da Costa foi secretário.



Da redação, com agências