Missão de parlamentares brasileiros à Bolívia é novamente adiada

A viagem de parlamentares da Comissão de Relações Exteriores da Câmara à Bolívia para intermediar conflitos entre oposição e o governo do país foi adiada novamente. Os parlamentares viajariam ao meio-dia desta segunda-feira (22) para a capital bolivian

De acordo com o deputado Nilson Mourão (PT-AC), um dos integrantes da missão, a missão foi adiada por sugestão da embaixada brasileira na Bolívia, por entender que os integrantes da missão teriam dificuldade de estabelecer uma agenda de trabalho para tratar da crise. Mourão afirmou que ele e outros integrantes da missão tentam, com diplomatas brasileiros, estabelecer uma nova data para a viagem.



Fazem parte da delegação os deputados Fernando Melo (PT-AC), Henrique Afonso (PT-AC), Professor Ruy Pauletti (PSDB-RS) e Raul Jungmann (PPS-PE). Os parlamentares planejam se encontrar com lideranças pró-Evo Morales e representantes da oposição ao governo.



Acordo prévio



No fim de semana, as negociações entre o governo do presidente Evo Morales e governadores da oposição chegaram a um impasse. De um lado, a oposição rejeitava assinar um acordo prévio, como quer o governo; de outro, La Paz insistia em bater o martelo em um documento inicial. Para a equipe de Morales, os opositores estão buscando uma manobra para postergar os entendimentos.



O vice-ministro de Descentralização, Fabián Yaksic, disse que este primeiro acordo teria o objetivo de abrir caminho para a convocação de um referendo para que os eleitores aprovem ou não o novo projeto de Constituição, elaborado pelo governo Morales.



No sábado, Morales disse que esperava que as negociações permitissem a assinatura de um acordo inicial antes da viagem dele a Nova York para a Assembléia da Organização das Nações Unidas, na segunda-feira (22). O governo planejava realizar a consulta popular entre dezembro e janeiro.



Opositores criticam vários aspectos do texto do projeto da nova Carta, entre eles o que trata da instituição de autonomia das comunidades indígenas nos departamentos (Estados) bolivianos e o que trata do destino dos impostos arrecadados com a produção e venda de gás natural.



Para outro integrante do governo envolvido nos diálogos, o vice-ministro de Coordenação com Setores Sociais e Sociedade Civil, Sacha Llorenti, a intenção dos governadores é “dilatar o mais possível o processo de diálogo”.



Fonte: Informes do PT