Likud não vai participar de governo dirigido por Livni

O líder do partido Likud, Benjamín Netanyahu, recusou nesta quarta-feira (24) o convite da líder do Kadima, Tzipi Livni, para formar um novo governo, por discordar de sua disposição de negociar a paz com os palestinos.

“Não me unirei a um governo que contempla devolver as colinas de Golán e dividir Jerusalém”, praguejou Netanyahu, ao confirmar sua tendência contrária a um acordo com a Síria e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), respectivamente.



Netanyahu considerou “negativo” para seu partido unir-se a uma administração que “representa o fracasso”, e defendeu uma mudança de política que, a partir de sua visão de direita, significa uma política mais dura para os palestinos e a maioria do mundo árabe.



O ex-premiê, cujo partido conta com 12 cadeiras no parlamento ou Knesset, recusou publicamente a oferta da ainda chanceler Livni para constituir antes de 42 dias um novo executivo, segundo lhe encarregou o presidente israelense, Shimon Peres.



Livni conseguiu a participação do partido ultraconservador Shass, mas seu líder, Eli Yishai, pôs como condição desconsiderar tudo que foi tratado sobre o estatus de Jerusalém com a ANP, que exige a parte oriental da cidade como capital de um estado independente.



Ainda que o Kadima seja o maior partido israelense, com 29 cadeiras no Knesset, precisa de uma maioria significativa para poder fazer governo e evitar a convocação de eleições legislativas antecipadas, nas quais, segundo as pesquisas, venceria o Likud.



Netanyahu exigiu que Livni concorra às eleições, consciente de que, sem as 12 cadeiras do Likud e igual número do Shass, será difícil para o Kadima obter a maioria dos 120 assentos parlamentares.