Chávez diz que unilateralismo se acabou e passou à história

O presidente de Venezuela, Hugo Chávez, assegurou na última sexta-feira (26), em Moscou, que a pretensão estadunidense de impor ao mundo uma ordem unipolar “se acabou e passou à história”.



Por Jorge Petinaud Martínez, para a agência Prensa

“Desde há muito estamos impulsionando um mundo multipolar, que já nasceu e está crescendo. Está-se afundando a pretensão imperialista do consenso de Washington”, declarou o presidente venezuelano à agência cubana Prensa Latina no aeroporto de Vnukovo 3, antes de partir para Oremburgo, cidade russa a 1.468 quilômetros ao sul de Moscou.



O estadista lamentou que o unilateralismo deixará seqüelas durante longo tempo, sobretudo para os que acreditaram cegamente no fundamentalismo do mercado. “Nós não”, disse.


“Outra potência mundial, como a Rússia, é a China. Enfim, o mundo multilateral está no horizonte. Como expressou Putin em nosso encontro de três horas: abrem-se novas perspectivas”, acrescentou.



“Esse horizonte, é uma nova geopolítica mundial que está em marcha. E está tão rápida como nós na Venezuela”, agregou.



“Em nosso país temos uma expressão popular para dizer que temos que nos apressar: 'calça os patins e vamos embora' “, comentou.



“Tanto é assim”, explicou, “que há apenas dois meses eu estava em visita a Moscou e já regressei a Rússia. Há menos de uma semana estava em Caracas o vice-primeiro ministro russo, Igor Sechin, e agora estamos aqui, trabalhando junto com ele”.



Chávez recordou que, dentro de dois meses, entrará em sessão em Caracas a Comissão Inter-governamental de Alto Nível (CIAN), encabeçada por Sechin e o vice-presidente venezuelano Ramón Carrizales.



“Caminhamos rápido, como dizem nossos jovens, nós calçamos os patins do socialismo”, enfatizou o líder sul-americano.



“A juventude socialista venezuelana inventou um lema: calça os sapatos do socialismo. Agora desde a Rússia nós dizemos: calcem os sapatos da nova geopolítica mundial. É o mundo em equilíbrio de que falaram Simón Bolívar e José Martí”, concluiu o presidente.