Trabalhadores brasileiros criam sindicato no Japão

Ele e outros 6 eleitos diretores (Eduardo Ito, Edson Matsuoka, Cesário Haranaka, Paulo Yoshida, Luis Kokumai e Cláudio Utiyama) têm a tarefa de agregar mais afiliados e promover atos em defesa dos direitos dos trabalhadores na região de Ogaki, independente da fábrica ou empreiteira que trabalhem.

A organização dos trabalhadores tem justificativa. Segundo os trabalhadores, nos últimos tempos têm sido constante o aumento de preços no Japão e o salário nas fábricas está defasado, não acompanha o reajuste dos bens de consumo.

As empresas reduziram as horas extras e em muitos casos não cumprem os direitos trabalhistas.

De acordo com Maurício Shimokawa, é fundamental que os trabalhadores estejam organizados para que as reivindicações sejam consideradas pelas empresas.

Ele considera que a mobilização representa “força” aos trabalhadores, e revela uma lista de 21 pedidos dos trabalhadores já filiados ao sindicato.

O principal é que as empresas concedam as férias remuneradas (yukyuu).

“É um direito assegurado por lei a todos os trabalhadores, mas nós aqui não temos esse benefício, e por isso vamos correr atrás dos nossos direitos”, afirma.

Na lista de reivindicações dos trabalhadores em Gifu consta também a necessidade de acesso irrestrito ao Shakai Hoken, a equiparação salarial entre homens e mulheres e o contrato trabalhista escrito em português.

Os trabalhadores reivindicam também a licença-maternidade, e o pagamento de adicional de 35 por cento na hora trabalhada em dias de sábado, domingo e feriados.

Na região de Ogaki moram cerca de 5 mil brasileiros e a maioria trabalha em fábricas como a Tostem (esquadrias de alumínio para janelas), Ibiden (componentes eletrônicos) e Kobelco (auto-peças para tratores).