Grupo de tucanos pró-Alckmin prefere apoiar Marta a Kassab
A crise no PSDB de São Paulo, que dividiu o partido entre os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), criou uma ala no partido pró-Marta Suplicy (PT). O grupo ganhou força nos últimos dias com a possibilidade de o tucano não ir para o
Publicado 03/10/2008 18:55
O grupo anti-Kassab –que ficaria pró-Marta– irá propor à Executiva Municipal do PSDB-SP que fiquem livres para apoiar quem quiserem num eventual segundo turno entre Marta e Kassab. Dessa forma ficariam livres para protestar contra o que a ala chama de ''traidores do PSDB'' –os kassabistas.
''A traição foi um insulto ao PSDB'', afirmou Rosalvo Salgueiro, integrante da Executiva Municipal e um dos que lideram a idéia de uma aliança PT-PSDB em São Paulo.
Porém, Salgueiro ponderou e disse que o partido deverá levar em consideração a posição de Alckmin. ''É claro que vamos decidir o que o candidato decidir. E Alckmin não deve apoiar Marta. Mas queremos ficar livres para apoiar quem quisermos'', disse.
Nos últimas dias, a própria Marta começou a tentar atrair tucanos descontentes. Para a petista, o PSDB ''fritou'' Alckmin nestas eleições.
No entanto, o discurso entre dirigentes do PSDB e do DEM é de que a aliança entre os dois partidos seria algo natural, dada a parceria história entre as legendas.
Dentro da campanha de Alckmin, o discurso é que não haverá clima para um apoio explícito a Kassab. Já o apoio a Marta está descartado.
Alckmin: última esperança
Nesta sexta-feira, Alckmin ainda apostava na campanha de rua para reverter sua desvantagem em relação ao adversário do DEM. Com o fim do horário eleitoral na TV, o tucano disse acreditar que sua estratégia pode lhe garantir uma virada no domingo.
''Acho que sim [pode reverter a desvantagem] porque pára aquela propaganda massiva. Porque essa é a lógica da lei, de dar uma reflexão de 48 horas [para o eleitor]. Vamos virar essa eleição e chegar no segundo turno no domingo'', afirmou Alckmin.
Segundo o tucano, sua campanha colocará um ''exército de militantes'' nas ruas nos últimos dois dias da campanha no primeiro turno.
''A estratégia para hoje e amanhã é rua. Fazer caminhada. Já tenho uma infantaria. Um exército nas ruas do PSDB, do PTB, dos partidos coligados'', disse.
O candidato voltou a negar que tenha qualquer negociação de seu partido para um eventual apoio a Kassab no segundo turno.
''Não há nenhum procedência nisso [negociação]. A eleição é domingo. Essa história de sentar na cadeira antes da hora não dá certo. […] Pesquisa, lógico, tem dados científicos e estatísticos. Mas em oito milhões de pessoas você tem movimentos difíceis de serem percebidos'', afirmou Alckmin, confiando em um equívoco das pesquisas que apontam Marta Suplicy (PT) e Kassab para o segundo turno.
Após fazer campanha por mais de dez horas ininterruptas ontem, Alckmin pretende repetir a dose hoje. Logo pela manhã, fez campanha na porta de uma fábrica na zona oeste. Por volta das 11h, realizou caminhada no centro da cidade e ainda hoje fará carreatas pelas zonas leste e norte da cidade.
Golpe do voto útil
Em carta à militância, a campanha de Alckmin pede empenho e garra da militância para chegar ao segundo turno da eleição municipal de São Paulo. “Não podemos deixar que eles apliquem o golpe do voto útil. Geraldo Alckmin e o PSDB vão continuar trabalhando para consolidar o segundo turno.”
Alckmin diz que o “pessoal do DEM” está tentando aplicar o suposto golpe do voto útil ao alardear que a “batalha já está ganha”. “Não é verdade. Eles boicotaram o debate da TV Globo e não permitiram que a TV Record reprisasse o debate realizado no domingo […] porque sabem que a diferença não é grande e não querem correr riscos”, diz.
Segundo ele, a eleição vai ser decidida só no final. “As pesquisas mostram uma quantidade muito grande de indecisos! Esta é uma eleição que vai ser decidida na reta final, na garra, nas ruas. E aí você entra, militante do PSDB, com sua força e sua experiência.”
Com informações da Folha Online