Bolívia: oposição muda estratégia e se nega a assinar acordo

O governo boliviano nesta segunda-feira (7) lamentou a negativa de quatro governadores opositores de assinar um grande acordo nacional como parte do diálogo reconciliador que pacifique ao país.

De acordo com o Ministro de Desenvolvimento Rural, Carlos Romero, as principais autoridades de Santa Cruz, Beni, Tarija e Chuquisaca manifestaram divergências injustificadas com a proposta do Executivo sobre as autonomias.



“É lamentável que esses governadores não assinassem o documento, o que evidência uma estratégia política”, ressaltou.



Também afirmou que as autoridades propuseram argumentos sólidos que indicam contradições na proposta governamental sobre as competências de três tipos de autonomias: departamentais, municipais e indígenas.



A iniciativa do governo neste caso, disse Romero numa coletiva de imprensa, foi elaborada até esta madrugada como parte do trabalho de mesas técnicas, nas quais as regiões tinham seus representantes.



Romero precisou que pela primeira vez na história da república, se concede potestade legislativa às autonomias departamentais, condição que também desconheceram os integrantes do Conselho Nacional Democrático (CONALDE).



O servidor público adiantou que o governo insistirá na via de diálogo até conseguir a assinatura de um grande pacto nacional que dá ao país certeza e um clima de paz, que é o que esperam todos os bolivianos.



Por sua vez, o prefeito de Tarija, Mario Cossío, em nome dessas autoridades, afirmou que o Executivo não levou em conta a proposta de autonomia plena.



Também desconheceram nossos pontos de vista sobre a distribuição de rendimentos provenientes do Imposto Direto aos Hidrocarbonetos, que agora são empregados para o pagamento de uma pensão vitalícia de velhice, acrescentou.



Segundo Cossío, os governadores de oposição também propuseram revisar vários temas do atual projeto da Constituição Política do Estado, antes de levar a um referendo popular.



No entanto, afirmou, que estas conversas iniciadas no passado 15 de setembro, frearam a escalada de violência no país.



Por sua vez, as organizações sociais aliadas ao governo ratificaram que como protesto, iniciarão no próximo 13 de outubro uma marcha da localidade de Caracollo até a cidade de La Paz, para cercar o Congresso e exigir uma lei de convocação ao referendo constitucional.