SP: ''Retomamos nosso espaço na Câmara em grande estilo'', diz Júlia Roland
Passado o primeiro turno das eleições, Júlia Roland, presidente municipal do PCdoB de São Paulo, faz um balanço do resultado obtido pelo partido e da acirrada disputa entre Marta Suplicy e Gilberto Kassab no segundo turno.
Publicado 08/10/2008 16:13 | Editado 04/03/2020 17:18
Para a dirigente comunista, é a hora de ''desmascarar o personagem'' criado pela propaganda eleitoral do prefeito, mostrando suas origens conservadoras, e empolgar a militância. ''A militância dos partidos que apóiam Marta tem que tomar às ruas, promover atividades e fazer a comparação entre as administrações e os planos para os próximos quatro anos'', inidica Júlia. Acompanhe a entrevista ao Vermelho-SP:
Como você avalia o resultado eleitoral do PCdoB na capital paulista?
O nosso resultado foi comemorado pelo conjunto do partido como uma extraordinária vitória. Retomamos nosso espaço na Câmara em grande estilo, elegendo Netinho como o mais votado da coligação, identificado com os setores sociais mais desassistidos da população e que certamente nortearão as ações do mandato. Elegemos também Jamil Murad, que tem uma grande bagagem parlamentar e, certamente, contribuirá para elevar o papel da Câmara para que ela cumpra efetivamente seu papel.
Há também o destaque positivo da boa votação obtida por Gustavo Petta, nosso candidato ligado à juventude. A boa estréia nas urnas inaugura uma nova e promissora fase de sua militância. Por fim, os vinte e cinco candidatos comunistas obtiveram mais de 165 mil votos, ampliando em vinte porcento o número de votos e subindo duas posições entre os partidos mais votados [12º em 2004 para 10º em 2008].
Em relação à disputa majoritária, como caracterizar o cenário saído das urnas?
A disputa majoritária caracteriza praticamente um empate, ainda que a votação do Kassab tenha surpreendido na reta final. No primeiro turno, Marta procurou assegurar a posição que tinha desde o início da campanha, apresentando propostas para um novo governo. Alckmin e Kassab se estranharam, mas no fundamental todos os candidatos batiam em Marta.
Já o segundo turno deve configurar outra realidade, onde distinguem-se claramente dois campos opostos. Um é o campo das forças que estão governando o país, fazendo investimentos sociais importantes, fazendo o Brasil crescer e diminuindo as desigualdades. Essas forças se alinham na candidatura Marta. De outro lado, estão as forças que governam o estado e a capital e que governaram o país até 2002, deixando uma situação caótica que Lula transformou para melhor.
E qual o caminho para ganhar na segunda rodada?
A segunda etapa da eleição será o momento de desmascarar o personagem [Kassab] que foi criado. Será a hora de mostrar as ligações políticas de Kassab, que tem trajetória ligada às hostes malufistas, que foi secretário de Pitta, que pertence a um partido filho da ditadura militar e que vive processo de decadência no plano nacional. O DEM foi quem mais perdeu prefeituras Brasil a fora.
É importante também fixar o espírito de que é hora de ir às ruas. A militância dos partidos que apóiam Marta tem que tomar às ruas, promover atividades e fazer a comparação entre as administrações e os planos para os próximos quatro anos. Assim vai ficar claro para a população que uma nova prefeitura de Marta Suplicy será melhor para fazer de São Paulo uma cidade mais humana, com investimentos sociais, comprometida com o povo e melhor para se viver. Esse é o caminho da vitória.
De São Paulo,
Fernando Borgonovi