PCdoB formaliza apoio a Serafim em Manaus

Para a difícil disputa no segundo turno contra Amazonino Mendes (PTB), que saiu do primeiro com 46,21% dos votos válidos (402.717 mil votos), o atual prefeito de Manaus (AM), Serafim Corrêa (PSB) –  obteve 200.423 mil votos (23%) -, receberá forma

No primeiro turno, em decorrência do quadro nacional que exigiu alianças em outros estados com o PSB, o partido retirou da disputa majoritária o nome da deputada federal Vanessa Grazziotin, segunda colocada nas pesquisas da época.


 


Além do PCdoB, Serafim deverá receber no sábado o apoio formal do PT que disputou a prefeitura tendo como candidato o deputado federal  Francisco Praciano, quarto colocado com 12% dos votos. Mesmo com críticas à aliança formalizada pelo PSB com o DEM e PSDB, tanto os petistas quanto os comunistas descartaram qualquer possibilidade de apoio a Amazonino.


 


Mesma atitude não teve o governador Eduardo Braga (PMDB) e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, principais apoiadores de Omar Aziz. Se não caminharem abertamente com Amazonino, eles devem permanecer neutros.


 


Principal aliado de Serafim na disputa, o senador tucano Arthur Virgílio Neto apareceu na reta final do primeiro turno com um DVD que denunciava um esquema de corrupção envolvendo Eduardo Braga. Nele, a economista Renata Barros acusou o ex-marido Rosinei Barros de ser o testa-de-ferro do governador. O caso teria prejudicado Omar Aziz que até o final do primeiro turno aparecia nas pesquisas como favorito para ir ao segundo.


 


O cenário que se desenha é que Amazonino Mendes receberá apoio informal do ministro Alfredo, Eduardo Braga e Omar Aziz. O curioso é que os três foram lançados na política local por iniciativa de Mendes. Nas últimas eleições no Estado, ele estiveram em campos opostos.


 


Amazonino representa o atraso


 


O presidente estadual do PCdoB no Amazonas, Antônio Levino, diz que Amazonino representa o que tem de mais atrasado em termos de práticas políticas e posicionamento em relação ao desenvolvimento do Estado. “Ele é responsável pela privatização da água, do porto de Manaus e pela privatização do BEA (Banco do Estado do Amazonas).


 


Lembrou que o ex-governador quis entregar o transporte por barcaças do gás natural do Urucu, em Coari, para uma empresa norte-americana falida. Por iniciativa de Vanessa Grazziotin e Eron Bezerra, parlamentares do PCdoB, a Justiça proibiu que ele prosseguisse com o negócio. A Petrobras constrói um gasoduto na região para transportar o combustível. A obra deve ser concluída no início do próximo ano.


 


“Tudo que existe de mais grave do ponto de vista estrutural , do desenvolvimento da região, é responsabilidade desse cidadão. É um personagem chave do campo conservador no Estado. Então, Amazonino é uma candidatura que representa o atraso, o retorno às práticas conservadoras”, justificou.


 


Com relação a Serafim, o dirigente do partido disse que deixando de lado as contradições que foram levantadas com relação a sua administração, a política de alianças com o DEM e PSDB, é preciso levar em conta que ele pertence ao PSB, partido da base aliada do governo Lula e que participa de um bloco do qual o PCdoB faz parte em nível nacional.


 


A proximidade que o partido tem com o PSB, segundo Levino, levou a necessidade de se fazer uma escolha com base em critérios políticos, evitando que fosse “tomada uma posição irresponsável.” O caminho foi evitar ainda mais o acirramento com Serafim, sobretudo pelo tratamento que o partido recebeu durante a administração. O PCdoB ocupou na administração a pasta do esporte e o instituto municipal de trânsito. “Do outro lado nós temos um inimigo comum de todas as forças progressistas do Estado.”


 


Antônio Levino aproveitou para destacar como positiva a performance eleitoral do partido no Amazonas. Foram eleitos 20 vereadores no interior, reeleito o vereador Marcelo Ramos na capital e o primeiro prefeito do PCdoB no Estado, Raimundo Chicó, que vai administrar o município de Anamã, localizado a 179 quilômetros de Manaus.


 


De Brasília,


Iram Alfaia