Fidel: Obama supera McCain em inteligência e serenidade

O líder cubano Fidel Castro, em seu novo artigo publicado neste domingo na Agência Prensa Latina, observa que o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, “supera em inteligência e serenidade” o seu adversário republicano John

Em seu novo texto da série “Reflexões do Companheiro Fidel”, Fidel recordou que McCain “cultiva sua fama de homem belicoso e foi um dos piores alunos do curso em West Point”.



“Não sabia nada de matemática, segundo ele confessa, e é de se supor que [saberia] menos das complicadas ciências econômicas. Sem dúvida, seu adversário o supera em inteligência e serenidade”, acrescentou em seu comentário.



Sem fazer prognósticos sobre as eleições do país vizinho, Fidel considerou que “nos Estados Unidos há um profundo racismo e a mente de milhões de brancos não se reconcilia com a idéia de que um negro com esposa e filhos possa ocupar a Casa Branca, que se chama: Branca”.



“Por puro milagre o candidato democrata não sofreu a sorte de Martin Luther King, Malcolm X e outros que tinham sonhos de igualdade e justiça nas décadas passadas”, estimou.



Enfatizou que Obama tem “o hábito de olhar o adversário com serenidade e rir das pressões dialéticas de um oponente que olha para o vazio”.



“O que mais abunda em McCain são os anos, e sua saúde não é segura”, comentou.



“Menciono estes dados para assinalar a eventual possibilidade — se algo acontecer com a saúde do candidato republicano, caso seja escolhido — de que a senhora do rifle e obtusa ex-governadora do Alasca fosse presidente dos Estados Unidos. Observa-se que ela não sabe nada de nada”, prossegue, referindo-se a Sarah Palin, vice-candidata na chapa republicana.



Fidel criticou também o sistema capitalista para quem “se encontra hoje em plena crise”. “A pior de todas desde que o mundo seguiu esse modelo de crescimento e desenvolvimento”, disse.



“Pensando agora sobre a dívida pública atual dos Estados Unidos, que o presidente Bush descarga sobre as novas gerações nesse país — 10,266 trilhões de dólares — me ocorreu calcular o tempo que levaria um ser humano contando a dívida, que Bush praticamente duplicou em oito anos”, destaca.



“Supondo oito horas de trabalho diário, sem perder um segundo, ao ritmo rápido de cem notas de um dólar por minuto e 300 dias de trabalho por ano, um ser humano levaria 710 bilhões de anos para contar esse dinheiro”, conclui.



“O capitalismo tende a se reproduzir em qualquer sistema social, porque parte do egoísmo e dos instintos do homem”, advertiu.



“Veremos agora como se desenvolve a crise e o que ocorre com os Estados Unidos em 25 dias”, concluiu o ex-presidente, que deixou o cargo devido ao seu estado de saúde.