Líderes da União Européia definem ação conjunta em Paris

A Ministra de Finanças da França diz que a conferência vai preencher o ''esqueleto'' do plano aprovado pelo G7 em Washington com ''carne''. Grupo promete usar ''todas as ferramentas possíveis'' para apoiar instituições financeiras.

A ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, disse que a conferência vai preencher o ''esqueleto'' do plano aprovado pelo G7 (grupo das sete nações mais ricas do mundo) em Washington com ''carne''.



França, Alemanha e Itália já assinaram embaixo de alguns dos principais objetivos do acordo fechado pelo G7 na última sexta-feira (10). O plano lançado pelo G7 tem cinco pontos. O grupo prometeu ''usar todas as ferramentas possíveis para apoiar sistematicamente importantes instituições financeiras e impedir sua falência'' e ''tomar todos os passos para garantir que bancos e outras instituições financeiras tenham pleno acesso à liquidez e ao financiamento''.



O grupo dos países ricos também destacou a necessidade de ''garantir que os bancos de nações diversas possam, quando necessário, levantar capital de fontes públicas, bem como privadas''. O quarto ponto de ação foi ''assegurar que as garantias dos depósitos sejam robustas e consistentes''. O último ponto foi o compromisso de ''tomar medidas, quando apropriado, para reativar os mercados secundários de hipotecas e outros ativos titularizados''.



Após se encontrarem em Paris ontem, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmaram que a conferência não vai resultar em um fundo de resgate financeiro conjunto para a Europa, nos moldes do recente plano americano no valor de US$ 700 bilhões. Angela disse que os governos precisam ''redirecionar os mercados para que eles atendam às pessoas, não para que as leve à ruína''.



O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, deve conversar com o presidente Sarkozy antes da reunião, depois de prometer que o Reino Unido vai ''conduzir o caminho'' para sair da crise financeira. Como o Reino Unido não adotou o euro como moeda única, Brown não deve participar da conferência dos líderes do bloco neste domingo, mas, de acordo com um porta-voz do governo britânico, Sarkozy teria convidado o premiê para participar de parte do encontro.


 


Sarkozy, que exerce a presidência rotativa da União Européia, afirmou que não “serão dados presentes aos bancos”, ao falar em coletiva de imprensa após a reunião entre os 15 países da zona do euro.



“Não daremos presentes aos bancos”, disse Sarkozy acrescentando que “os estados atuarão dentro do que é justo”. Disse também que “esta tarde é o momento da Europa e de sua unidade”.



As medidas decididas hoje na reunião extraordinária serão aplicadas imediatamente na França, Alemanha, Itália e em outros países, afirmou.


 


Os líderes das quatro maiores economias européias — Reino Unido, França, Alemanha e Itália — realizaram a primeira reunião sobre a crise na semana passada, mas estavam divididos em relação a um plano comum. Analistas dizem que mais uma semana de mercados em queda forçou os líderes a concentrarem seus esforços e o grande teste das decisões deste fim-de-semana ocorrerá na abertura dos mercados na segunda-feira (13).



Ontem, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse que o sistema financeiro internacional está ''à beira do derretimento sistêmico'' e criticou a postura do G7 em relação à crise. Kahn criticou o plano apresentado pelos ministros das Finanças do G7 após, dizendo que ele não é suficiente para restaurar a confiança dos mercados.



''As preocupações cada vez maiores em relação à solvência de várias das maiores instituições financeiras européias e americanas empurraram o mundo para a beira do derretimento sistêmico'', disse Kahn.