PC Português: medidas pró-bancos esquecem o país

O Partido Comunista Português criticou o governo do país, em nota publicada neste domingo (12) em seu site, pela decisão deste de fornecer garantais às empresas financeiras no valor de 20 bilhões de euros, omitindo-se em relação a milhões de portugueses —

Leia abaixo a íntegra do comunicado:



Face ao anúncio do Governo do Partido Socialista da decisão de instituir garantias do Estado aos bancos no valor de 20 bilhões de euros, o PCP considera o seguinte:



1 – É absolutamente inaceitável que, ao mesmo tempo que dá garantias de 20 bilhões de euros para operações entre os bancos sediados em Portugal, não haja uma única palavra, medida ou intervenção da parte do Governo do Partido Socialista que dê resposta ao gravíssimo problema, à situação de verdadeiro sufoco no plano financeiro, com que estão confrontados milhões de portugueses com o agravamento das taxas de juro e o pagamento das mensalidades nos empréstimos à habitação, quando aquilo que se impõe, tal como o PCP defende, é um programa de emergência que contemple a descida das taxas de juro e a limitação do spread.



2- É por si só revelador, da natureza, das preocupações e dos objetivos deste governo que, mostrando disponibilidade para ajudar os grupos financeiros, não tenha uma palavra para o necessário aumento dos salários, reformas e pensões, medida indispensável para a melhoria das condições de vida da população, para a dinamização do consumo interno e para o necessário estímulo econômico de que o país necessita face a esta crise do capitalismo.



3- É significativo que na presente situação o governo continue a ignorar o quadro em que se encontram milhares de micro, pequenas e médias empresas, que representam 95% do tecido empresarial do país, não se conhecendo nenhuma medida de fundo e com efeitos imediatos que possa contribuir para a resolução dos muitos problemas com que estão confrontadas.



4- É também necessário que o Governo do Partido Socialista esclareça em que condições é que a Caixa Geral de Depósitos concedeu um empréstimo de 200 milhões de euros ao Banco Português de Negócios, quando é evidente que aquilo que se impõe, é o reforço do Estado neste setor.