Votos nulos e brancos chamam a atenção dos analistas

Dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TSE), revelam que a média de abstenção do eleitorado cearense em dez dos maiores colégios eleitorais do Estado do Ceará, fora a Capital, é de 15,62%. A maior delas foi no município de Crateús, com 22,27%.

Além das duas cidades já citadas, Caucaia, Maracanaú, Juazeiro do Norte, Iaguatu, Itapipoca, Canindé e Morada Nova, tiveram votos para candidatos a prefeito anulados em uma margem que varia de 6% a 7,98% do total de votantes.


 


Relatório


 


O município do Crato, apesar de ser um dos dez maiores colégios eleitorais do Ceará, não está neste intervalo, posto que ainda não apresenta um índice final de votos nulos no relatório do TSE. Os brancos apresentaram um intervalo maior, estando entre 1,27% e 7,36%, incluindo Crato. Mesmo sendo dados surpreendentes, de acordo com o cientista político e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Valmir Lopes, nem todos esses números devem ser interpretados como ´insatisfação com o sistema político´ em vigor.


 


Para o professor, somente os votos brancos podem ser considerados votos de protesto e/ou desesperança, ´porque existe uma tecla indicando o voto em branco, ele é intencional´. Já o nulo, de acordo com ele, na maioria das vezes, é uma conseqüência de um erro cometido pelo eleitor durante o ato de votar. Conforme o cientista polítco explicou, dificilmente alguém causará um erro proposital para anular o seu voto, posto que já existe uma opção com função semelhante, a tecla ´Branco´, esclarece.


 


Entretanto, segundo Valmir Lopes, os municípios que apresentaram um alto índice de nulos e fogem a média 6% a 7,98%, estabelecida entre os dados dos nove maiores colégios eleitorais do Estado, são preocupantes. De acordo com ele, dependendo do quão alto seja o percentual, este pode ser um indicativo de que parte da população local ´não está sabendo votar´. ´Isso não me surpreenderia, considerando o grau de instrução do eleitorado cearense´, destacou.


 


Com relação as abstenções, o professor explicou que existem vários motivos que justificam os números, como ´doença, distância do município, prisão e até morte´ de eleitores. Valmir afirmou serem poucos aqueles que não têm um real motivo para se abster de votar em uma eleição municipal, em razão de ser a que mais motiva o eleitor pela proximidade com os candidatos.