Bancários pedem ajuda dos deputados para retomarem negociações

As negociações entre patrões e bancários em greve  – suspensas desde o dia 24 de setembro – devem contar com a ajuda de parlamentares. Líderes sindicais estão desde ontem fazendo contato com deputados em Brasília. Nesta quarta-feira (15), eles est

Os deputados Chico Lopes (CE), Daniel Almeida (BA) e Perpétua Almeida (AC) se integraram ao grupo de parlamentares que participa de reuniões na tarde/noite desta quarta-feira com os dirigentes das duas instituições financeiras. Eles vão defender a posição de que os banqueiros devem cumprir sua obrigação legal e continuar com as negociações, apresentando propostas condizentes com os anseios da categoria.



Segundo Eduardo Araújo, do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, os banqueiros não podem alegar a crise financeira para não atender a reivindicação da categoria, porque não há custo alto na proposta dos bancários. Dirigindo-se ao deputado Chico Lopes, que tem lutado contra as tarifas bancárias elevadas, o líder sindical disse que “o custo da nossa proposta é absolvido pelas tarifas e ainda garantem lucro.”



Paulo Vinicius, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), falou aos parlamentares sobre a força da greve, que parou 100 mil bancários e nove mil agências em todo o Brasil. Ele disse ainda que os bancários querem que os dois bancos reabram as negociações e influenciem os demais bancos a fazer o mesmo. E critica a atitude do Banco do Brasil, “que fere o caráter público do Banco, porque é um dos bancos que mais lucra e desrespeita funcionários e clientes”.



Nova proposta



Na audiência do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) marcada para esta quinta-feira (16), os bancários vão propor a suspensão da greve por cinco dias – sem o desconto dos dias parados – para finalizar as negociações. Eles esperam uma nova proposta dos patrões, lembrando que a primeira proposta foi rejeitada porque, além de não atenderem as reivindicações de melhoria salarial e condições de trabalho, os banqueiros queriam retirar direitos adquiridos, como a redução no valor do auxílio-creche.



Bruno Torres, delegado sindical na Caixa Econômica Federal (CEF), falou sobre o apoio que o movimento grevista tem recebido da população. A pauta de reivindicações dos bancários, além de melhores salários e condições de trabalho para a categoria, inclui diversos itens que visam melhorar a qualidade do atendimento para clientes e usuários, diminuindo o tempo nas filas e humanizando as relações nos bancos. Entre eles, estão a contratação de mais bancários e a criação de dois turnos de atendimento.



De Brasília
Márcia Xavier