Bolívia: setores sociais marcham a favor de constituição

Camponeses, indígenas e aposentados são outros dos setores sociais bolivianos que se somaram nesta quarta-feira (15) a uma marcha que chegará na próxima segunda-feira a cidade de La Paz para exigir um referendo sobre a nova constituição.

Na caminhada, que partiu na última segunda-feira da localidade do altiplano de Caracollo e passou pelos povoados de Panduro e Lahuachaca, participam ao redor de 12 mil pessoas e se espera que seus integrantes aumentem.



Segundo Fidel Surco, presidente da Coordenadora Nacional para a Mudança (CONALCAM), a coluna que se dirige agora ao povoado de Patacamaya, estende-se por uns quatro quilômetros na estrada Oruro-La Paz.



As organizações sociais reclamam ao Congresso a aprovação do projeto de lei de convocação aos referendos que definirão sobre a extensão de terra nas mãos de um boliviano e a aprovação da nova carta magna.



Surco explicou que depois de dois dias de marcha não foram registradas baixas, já que a assistência médica e humanitária das populações assentadas na estrada os mantém fortalecidos.



Também confirmou que os manifestantes chegarão a La Paz na próxima segunda-feira à tarde, depois de percorrer uns 200 quilômetros e esperam que antes o legislativo tenha ratificado a norma sobe a consulta popular.



De longe, a marcha é um bloco multicolor no qual se podem distinguir as wiphalas (bandeira indígena andina) e a insígnia nacional, o vermelho amarelo e verde, além das faixas e cartazes que identificam as diferentes organizações sociais e os nove departamentos [estados].



O secretário da Federação do Trópico de Cochabamba, Eulogio Barcaya, disse que este setor aumentou de 800 a mil 200 pessoas em dois dias.



Por sua vez, Roxana Camargo, Secretária da Federação de Mulheres camponesas Bartolina Sisa, de Oruro, ratificou sua vontade de continuar na luta por uma nova constituição, pois, segundo indicou, é a única garantia de unidade de todos os bolivianos.



Ontem, o presidente Evo Morales apontou em conferência de imprensa que a marcha tem caráter persuasivo até que se aprove a citada lei de convocação ao referendo constitucional.



Essa manifestação, disse, é também em defesa das autonomias, mas para os nove departamentos [estados], com a inclusão das regiões e dos territórios indígenas.