Vitória do MST: Syngenta doa área ocupada ao governo do PR

Depois de uma série de conflitos que causaram até mortes na área da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste, a cerca de 520 quilômetros de Curitiba, no oeste do Paraná, a empresa decidiu doá-la nesta terça-feira (14) ao governo do estado para que

Em entrevista, depois da assinatura da doação, o governador Roberto Requião (PMDB) elogiou a ação dos sem terra. “É importante destacar a pressão feita pelo MST para chegarmos a esse resultado, que é bom para o Paraná, para nossa agricultura e para o país”, disse o governador.


 


A empresa tinha retomado a posse do imóvel em junho, quando se encerraram as pendências jurídicas com o governo estadual, que chegou a publicar até decreto de desapropriação.


 


“Acreditamos que essa parceria trará benefícios para o produtor rural preocupado com a sustentabilidade da atividade agrícola e consciente da importância da preservação das florestas”, disse o presidente da Syngenta Seeds, Gilson Moleiro, em texto divulgado pela empresa.


 


“É reconhecida a contribuição que o Iapar traz para a agricultura por meio de seus programas de pesquisa e optamos pela doação, pois estamos certos de que a nova função determinada para a área trará desenvolvimento aos agricultores do Paraná”. conclui o texto.


 


Histórico


 


O terreno, vizinho ao Parque Nacional do Iguaçu, tem 123 hectares. Era usado para pesquisas com transgênicos desde 1998. Os problemas para a empresa começaram em 14 de março de 2006, quando o Movimento dos Sem-Terra (MST) ocupou a área em protesto aos trangênicos.


 


A partir daí houve uma série de processos judiciais, que resultaram em retiradas dos sem-terra e reocupações em seguida. A situação se complicou em 21 de outubro do ano passado, quando seguranças tentaram retomar a propriedade. Houve confronto e morte de um segurança da empresa NF Segurança, Fábio Ferreira de Souza, e de um sem-terra, Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Kenu.


 


O diretor corporativo da Syngenta, Valter Brunner, disse que a empresa não utilizava aquele espaço desde a primeira ocupação, transferindo as pesquisas para outras unidades. Na assinatura do documento de doação, o governador Roberto Requião (PMDB) anunciou que o primeiro produto a ser multiplicado é uma semente de feijão altamente produtiva.