Crise financeira: Bernake reconhece gravidade da crise
A queda de 1,2% no comércio varejista dos EUA, anunciada no dia 15, é mais uma rajada de vento no castelo de cartas em que a economia norte-americana se transformou. O presidente do FED, Bern Bernake, diz que a situação é grave e que, mesmo com a estab
Publicado 16/10/2008 17:00
O presidente do banco central norte-americano (Fed), Bem Bernanke, disse que a economia dos Estados Unidos vai demorar para se recuperar. “Vamos continuar a usar todas as ferramentas ao nosso dispor para melhorar a liquidez e funcionamento do mercado”, ressaltou. E isso possivelmente incluirá uma nova mexida nas taxas de juro na reunião ordinária do Fed que acontece no final do mês ou, o mais tardar, no final do ano.
Os dados revelados esta quarta-feira (dia 15) pelo Departamento do Comércio norte-americano, que indicam um decréscimo de 1,2% nas vendas no varejo, é mais uma rajada de vento no castelo de cartas em que está instalada a economia dos EUA.
Segundo Bernanke, a situação é grave. “A estabilização dos mercados financeiros é um primeiro passo fundamental, mas mesmo que estabilizem, como esperamos que aconteça, a recuperação econômica não vai acontecer logo”, disse. Bernanke afirmou que as autoridades responsáveis têm agora ao seu dispor “as ferramentas necessárias para responder com a força necessária a estes desafios”, referindo-se ao plano aprovado de US$ 700 bilhões. Mas ressaltou que não estava sugerindo que o caminho pela frente será fácil.
Segundo ele, só não haverá recessão se trajetória da atividade econômica nos próximos trimestres for salva pelo regresso à normalidade dos mercados de crédito e financeiros. “Ao diminuir o acesso de crédito às famílias, negócios, Estados e governos locais, a incerteza nos mercados financeiros e as pressões de financiamento nas empresas colocam uma ameaça significativa ao crescimento da economia”, afirmou Bernanke.