PT intensifica articulações para presidir Senado

As articulações para a sucessão nas presidências das duas Casas no Congresso estão movimentadas nos bastidores políticos. Depois do lançamento pelo PMDB do nome de Michel Temer (SP) para suceder Arlindo Chinaglia (PT-SP) na Câmara em 2009 e 2010, os pe

O movimento do PT no Senado vai na direção do cumprimento do acordo com o PMDB que culminou na eleição de Chinaglia. Em troca do apoio ao petista na época, os peemedebista tiveram como promessa o amparo para presidir a Câmara. O atual presidente da Casa já confirmou que a sigla fechará com Temer.


 


Em contrapartida, o PMDB, que tem a maior bancada no Senado, terá que apoiar o candidato do PT, no caso Tião Viana. Ocorre que naquela Casa o grupo peemedebista liderado por Renan Calheiros (AL) e José Sarney  (AP) não estariam disposto a dar o aval ao acordo.


 


Renan estaria ressentido pelo fato de Viana, que presidiu o Senado após o seu afastamento, não ter agido para livrá-lo do processo de cassação movido em decorrência da acusação do uso de recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador alagoano admitiu ter um filha fora do casamento.


 


O senador acreano diz com freqüência que cumpriu o regimento da Casa e em nenhum momento agiu para prejudicar Calheiros, que para se livrar da cassação renunciou à presidência do Senado.


 


Em entrevista ao Vermelho, Michel Temer evitou comentar o caso. “Prefiro não responder essas questões porque na realidade nós temos muito pela frente ainda. É difícil prevê o que vai acontecer nos próximos três meses”, disse o candidato.   


 


Com relação ao acordo, Temer acredita que o seu partido dará o apoio a Tião Viana. “Tudo indica que sim. Nós estamos no começo dessa caminhada e temos muito pela frente, mas tudo está acertado nessa direção.”


 


Sobre a movimentação do PMDB em torno da candidatura do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) à Presidência do Senado, Temer foi taxativo: “Não há essa especulação. O ministro está fazendo um excelente trabalho de modo que a idéia é que continue no ministério.”


 


De olho nessas movimentações, os partidos de oposição no Senado já anunciaram que a tendência é dar o apoio ao candidato da maior bancada. Caso contrário, haverá lançamento de outra candidatura. Os principais caciques do DEM e PSDB falam que a candidatura petista seria uma desmoralização aos demais partidos. O PT é a quarta bancada  em número de senadores.


 


Líder aposta no cumprimento do acordo


 


Por meio de sua assessoria de imprensa, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse que o partido iniciou as conversas no bloco de apoio ao governo para consolidar a candidatura de Tião Viana, que será lançada no jantar pós segundo turno na residência de Suplicy.


 


Segundo ela, as articulações estão em sintonia com o presidente da sigla, Ricardo Berzoini (SP), o líder do partido na Câmara, Maurício Rands (PE) e a bancada no Senado. “O processo se antecipou com a decisão do PMDB na Câmara, pois pretendíamos concluir o processo eleitoral nos municípios para então iniciar essas articulações. Diante disso, vamos começar a conversar, inicialmente dentro do bloco de apoio, para, então, ampliarmos essas tratativas”, disse a senadora.


 


A senadora também aposta na consolidação do acordo. “Não discutimos a importância do PMDB como a maior força partidária no Senado, mas acredito que o PT na Câmara terá seu peso na eleição de Temer e que irá, com certeza, prevalecer o acordo. Até porque o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, já anunciou seu apoio; é o PT cumprindo sua parte”, concluiu.


 


Os problemas de Temer


 


Além do problema no Senado e da disposição de Rita Camata (PMDB-ES) em disputar a indicação do partido, Michel Temer acompanha com olhar clínico as movimentações do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), outro que também que almeja o cargo de presidente da Câmara. O deputado piauinse foi uma dos principais apoiadores de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que perdeu a disputa em segundo turno para Chinaglia por 261 votos a 243.


 


Ciro Nogueira, que já anunciou que vai pedir apoio de Aldo, é visto como o preferido dos deputados com pouco expressão na Casa, o chamado baixo clero. Segundo ele, a sua candidatura tem recebido apoio de parlamentares de diversos partidos.


 


O deputado também aposta na votação secreta e na divisão interna do PMDB.  “Nossa candidatura tem um perfil diferente. A minha candidatura nasceu dentro da Câmara, conversando com os deputados. Se o voto não fosse secreto, fosse aberto, minhas chances diminuiriam em muito, porque teria o uso da máquina”, declarou Ciro a um sítio de notícias do seu estado.


 


De Brasília,


Iram Alfaia