Morre aos 59 anos Luiz Carlos da Vila, o 'Poeta do Samba'

Conhecido como o Poeta do Samba, Luiz Carlos recebeu o apelido ''da Vila'' por refletir a vida nas vilas cariocas em seus sambas, como a Vila Kennedy, a Vila Isabel e a Vila de Penha. Seu corpo está sendo velado na quadra da escola de samba Vila Isabel, e o enterro será às 10 horas desta terça-feira, no cemitério de Inhaúma.

Nascido em 1949 no bairro de Ramos, no Rio, Luiz Carlos da Vila estudou acordeom e violão. Na década de 1970, ia aos ensaios do lendário bloco carnavalesco Cacique de Ramos, onde tocava e apresentava seus sambas. Foi para o Cacique que o sambista compôs Doce Refúgio.

Entre suas músicas também conhecidas estão Além da Razão, Por um Dia de Graça e O Show Tem que Continuar. Mas, sem dúvida, uma de suas composições de maior sucesso, feita em parceria com Jonas e Rodolfo, é o samba-enredo Kizomba — A Festa da Raça, com o qual a Vila Isabel conquistou, em 1988, seu primeiro título no carnaval.

Luiz Carlos lançou seis discos, como Luiz Carlos da Vila (1983) e Pra Esfriar a Cabeça (1985). Sua admiração por Candeia rendeu em 1998 um disco, A Luz do Vencedor, pela CPC-Umes, dedicado exclusivamente à obra do compositor. O sambista também gravou com vários músicos como Simone e Fundo de Quintal. Recentemente, Zeca Pagodinho gravou Os Papéis, que Luiz Carlos criou em parceria com Wilson das Neves.