Argentina decide estatizar sistema de previdência privada

O governo da presidente Cristina Kirchner anunciará hoje o fim do sistema atual de aposentadorias privadas. Com isso, o sistema passará, de novo, a ser totalmente estatal. O motivo da medida é que as AFJPs, sigla que denomina os fundos de pensão – que têm

Segundo os analistas argentinos, as turbulências nos mercados internacionais provocaram perdas de até 40% às AFJPs do país, que atualmente têm cerca de cinco milhões de filiados, bem acima dos 3,5 milhões de trabalhadores que optaram pelo sistema estatal. Informações divulgadas pelo jornal Clarín indicaram que a Casa Rosada reestatizará todas as aposentadorias, atuais e futuras. Nas últimas semanas, o governo Kirchner analisou cuidadosamente a situação das AFJPs e chegou à conclusão de que o atual sistema representa uma ameaça para a aposentadoria de milhões de argentinos.



A última reforma da Previdência do país, que modificou a lei aplicada durante a gestão do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), foi aprovada pelo Congresso durante o governo do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007). A iniciativa permitiu aos trabalhadores que destinavam sua contribuição a uma AFJP voltar a optar pelo sistema estatal (o chamado sistema de reparto). No sistema anterior, as pessoas que não especificavam por escrito que desejavam ir para o sistema estatal eram enviadas automaticamente para o privado.



Informações preliminares indicavam nesta segunda-feira à noite que o governo permitiria que as AFJPs continuassem a existir. Mas os trabalhadores poderiam optar pelas AFJPs como complemento às aposentadorias estatais, tal como no Brasil e em grande parte da Europa.



Da redação, com agências