País alcança meta do milênio sobre água encanada

O Brasil alcançou este ano a meta do milênio referente à oferta de água potável em áreas urbanas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

As informações fazem parte da Pnad 2007: Primeiras Análises, pesquisa que retrata quantos brasileiros ainda vivem em condições inadequadas de saneamento. Mesmo assim, o documento alerta para a existência de desigualdades regionais significantes no acesso a serviços como água encanada, esgoto e coleta de lixo.



De acordo com o estudo, 91,3% dos domicílios brasileiros já recebem água encanada por rede geral – meta prevista para ser alcançada até 2015, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). No total, porém, 13,8 milhões de pessoas – cerca de 375 mil a menos do que o registrado pela Pnad em 2006 – ainda não dispõem do serviço.



Entre 2006 e 2007, a Região Nordeste foi a que registrou o maior número de pessoas com acesso à água encanada (incremento absoluto) – cerca de 877 mil habitantes. A localidade foi eleita como prioritária para receber recursos orçamentários do governo.



Apenas no último ano, o Ipea mostra que foi possível levar água potável para quase 2,2 milhões de brasileiros – 2 milhões, em áreas urbanas, e 198 mil moradores de zonas rurais.



Entretanto, o sistema de água encanada está disponível para menos de 28% das pessoas que vivem em zonas rurais. Nessas regiões, segundo a Pnad, 58% da população ainda usa água de poço ou de nascente, e cerca de 39,3% não têm sistema de encanamento dentro de casa.



O Ipea alerta ainda que a média nacional pode “mascarar” a existência de “importantes desigualdades regionais e sociais”, uma vez que a meta de água potável para áreas urbanas foi alcançada em quatro das cinco regiões do país – a exceção é a Região Norte.



Além das desigualdades regionais, a pesquisa destaca também “níveis elevados” de desigualdade racial e socioeconômica no Brasil. Os níveis de cobertura de água encanada entre a população negra, parda ou de menor renda são inferiores aos encontrados entre brancos e os grupos mais abastados.