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América do Sul deve adotar medidas conjuntas contra a crise

Os Ministérios da Economia e os Bancos Centrais dos países da América do Sul devem reforçar as ações conjuntas para lidar com a crise internacional. Essa foi uma das conclusões da sétima reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, que

Para o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, o melhor caminho para lidar com a crise é “fortalecer o patrimônio da integração” ao invés de adotar medidas que barrem a entrada de produtos estrangeiros. “A resposta para a crise não é o protecionismo, sobretudo dentro do Mercosul. As medidas mais adequadas seriam, mais integração, mais comércio intra-regional, menos subsídio e menos distorção”, destacou.



No encontro, ficou acertado que os governos da região intensificarão a troca de informações e tornarão mais ágil  a comunicação entre altos funcionários para acompanhar os desdobramentos da crise. Cada um dos ministérios da área econômica e dos bancos centrais envolvidos concordaram em definir pontos prioritários que servirão como base para possíveis ações.



Outro ponto acordado foi a necessidade de reforçar a integração financeira por meio da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Banco do Sul. Os países da região poderão ainda ampliar o sistema de trocas comerciais em moedas locais, que excluem o dólar nas transações, como já ocorre entre o Brasil e a Argentina desde o início do mês.



Essas propostas, informou Amorim, são apenas o início de um processo de aumento na integração do continente diante da crise econômica mundial. As propostas serão consolidadas na próxima reunião ordinária do Mercosul, que ocorrerá em 15 de dezembro, em Salvador.



Além dos membros efetivos do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), a reunião contou com a participação dos membros associados ao bloco econômico, mais a Guiana e o Suriname, que estiveram presentes como observadores. Dos países da América do Sul, apenas a Guiana Francesa e Trinidad e Tobago não participaram.



O presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, senador Aloízio Mercadante (PT-SP) também esteve na reunião. De acordo com ele, os países defenderam que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) ofereçam linhas imediatas para economias sólidas com restrição de crédito.



“Foi levantada a necessidade de que os organismos multilaterais forneçam mais liquidez ao sistema financeiro internacional”, ressaltou o senador. A proposta, no entanto, não constou do documento final do encontro.



Qualidade de vida



Para o ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley, é necessário que os países da América do Sul consigam se antecipar aos problemas que podem atingir a região em conseqüência da crise financeira internacional de falta de liquidez no mercado.



De acordo com o chanceler, isso pode significar um impacto social negativo, particularmente sobre o nível de emprego. Ele ressaltou que um dos assuntos tratados na reunião foram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que tratam, em resumo, de qualidade de vida.



“Um risco que temos agora é que haja um retrocesso na qualidade de vida das pessoas”, a não ser que os governos latino-americanos consigam se antecipar aos problemas. “Há que se reagir rápido”, concluiu.



Fonte: Agência Brasil