Baiana representa o país em simpósio internacional que discute o acesso a medicamentos

A Superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, da Secretária de Saúde do Estado da Bahia – Sesab, Gisélia Santana, ministra palestra em Cuba, dentro da programação do VIII Simpósio Internacional de Economia da Saúde e I Jorn

O encontro reúne pesquisadores e estudiosos do setor saúde dos países da América Latina e o Caribe no auditório do Palacio de las Convenciones de la Habana, na capital cubana, entre os dias 29 e 31 de outubro. A delegação brasileira conta com 18 integrantes, entre palestrantes e participantes. “Vamos aprofundar as discussões em torno de como ultrapassar os obstáculos na questão estratégica de acesso aos medicamentos”, adianta Gisélia Santana.


 


A escolha do país a sediar o encontro não é por acaso; Cuba é referência quando de fala em saúde pública, e reconhecida por oferecer serviços de qualidade a toda população. Já o sistema de saúde público brasileiro encontra-se sucateado e, na melhor das hipóteses, o paciente consegue ser atendido após horas de fila. “Estamos discutindo questões estruturais da saúde, o que possibilita a oferta de medicamentos a preços mais baixos, e o aceso a serviços de saúde com redução dos custos”, garante Gisélia.


 


Para tanto, segundo explica Gisélia Santana, o país precisa deixar de depender das importações da chamada “tecnologia médica” – leia-se, equipamentos médicos de grande densidade tecnológica e matérias-primas para a produção de medicamentos. No caso específico dos hemoderivados, por exemplo, a importação é de quase 100%. “Nós temos a matéria-prima, mas não conseguimos extrair dela os derivados”, critica a doutora em Saúde Pública. “O país tem uma enorme potencialidade e plena condição de desenvolver tecnologia própria para área, mas precisa organizar, de forma inter-setorial, a intervenção; articulando pesquisas básicas com as avançadas de desenvolvimento e inovação tecnológica”, destacou. 


 


Capacidade de produção interna


Sob o tema “Regulação Sanitária da Produção de Medicamentos no Brasil”, a palestra de Gisélia Santana foca exatamente no processo e nas perspectivas de reconstrução do parque industrial brasileiro, voltado especificamente para a produção nacional de medicamentos e equipamentos médicos. A explanação integra o Painel “Desenvolvimento Industrial do Setor Saúde”.


 


A expectativa do setor é de reconstrução do Parque Industrial, que existia na década de 90, por meio de incentivos do BNDS. “O grande desafio do Brasil é fazer avançar a política industrial no setor e internalizar os estágios de pesquisa, desenvolvimento e inovação, criando as condições para o fortalecimento do SUS e a redução da nossa vulnerabilidade produtiva no segmento”, assinalou Gisélia, que, na Sesab, coordena o projeto de criação da nova Bahiafarma.


 


De Salvador,


Camila Jasmin