Cresce resistência do PMDB em apoiar o PT no Senado
A reunião de emergência da cúpula do PMDB, marcada para esta terça (28), para discutir a resistência dos senadores do partido em apoiar a candidatura do petista Tião Viana (AC) para a Presidência do Senado, acabou sendo desmarcada. Cogita-se que o fort
Publicado 28/10/2008 20:26
O PMDB possui a maior bancada na Casa e, pela tradição, teria o direito de indicar o presidente. Porém, por conta de um acordo, o partido só terá o apoio dos petistas para a candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) à Presidência da Câmara, caso os senadores peemedebistas sejam recíprocos com Tião Viana. A negociação foi feita por ocasião da eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidente da Câmara.
A resistência ao cumprimento desse acordo parte principalmente de Renan Calheiros. Ele estaria magoado com o senador acreano que ao substituí-lo como presidente do Senado pouco teria feito para livrá-lo do processo de cassação por quebra de decoro. Calheiros foi acusado de usar recursos de uma empreiteira para pagar a pensão da filha que teve com a jornalista Mônica Veloso numa relação fora do casamento.
Somado esse problema com o fortalecimento do PMDB nas urnas, a sigla elegeu o maior números de prefeitos, o grupo de Renan e Sarney sequer cogita conversa sobre ao acordo no momento.
Com o cheiro de boicote no ar, a assessoria de imprensa de Michel Temer justificou o adiamento da reunião devido a pouca presença de parlamentares no Congresso. O senador José Sarney, por exemplo, só chegará a Brasília na próxima semana.
Temer ainda acredita no acordo
Numa conversa com jornalistas nesta segunda (27) à noite, no seu gabinete, Temer afirmou que o fortalecimento do partido nas urnas não será usado para a conquista dos comandos do Senado e da Câmara. Ele ainda acredita que os acordos costurados na base aliada serão cumpridos.
No entanto, ao comentar o problema de relacionamento entre Renan e Tião, o deputado afirmou que o fato de ser candidato aclamado do partido não resolve todos os impasses.
''Eu já sou candidato, mas claro que aqui (na Câmara) tem toda uma dinâmica particular. E são dinâmicas muito diversas na Câmara e no Senado. Vamos ter muita conversa a respeito disso'', disse. As eleições para o comando das duas Casas serão em fevereiro de 2009.
De Brasília,
Iram Alfaia