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Empresários insistem na defesa da economia de mercado

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro  Neto, fez um apelo aos empresários para que defendam a economia de mercado, na abertura do 3º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), nesta terça-feira (28), em Brasília. A

De acordo com Monteiro Neto, a busca de soluções para os problemas da  crise financeira não pode se transformar em senha para novas investidas contra o capitalismo. Mas admite que o modelo está em xeque e que o empresariado terá dificuldades na defesa do neoliberalismo.



A ausência de mecanismos de regulação dos mercados é apontado como o fator desencadeador da crise financeira. Ainda assim, Monteiro Neto conclama o empresariado a combater medidas adotadas pelo Estado para regulamentar o mercado financeiro, que classifica como medidas intervencionistas.



Ditadura dos acionistas



Num texto publicado no Le Monde Diplomatique, o economista francês François Chesnais chama atenção para o que existe por trás do culto à auto-suficiência dos mercados. Ele mostra que as décadas neoliberais foram marcadas por fenômenos como a automação, a deslocalização das empresas para países e regiões onde os salários e direitos sociais são menores e a emergência da China e Índia como grandes centros produtivos rebaixaram o poder relativo de compra dos salários.



O movimento aprofundou-se quando o mundo empresarial passou a ser regido pela chamada “ditadura dos acionistas”, que leva os administradores a perseguir taxas de lucros cada vez mais altas. O resultado é um enorme abismo entre a capacidade de produção da economia e o poder de compra das sociedades. Na base da crise financeira estaria, portanto, uma crise de superprodução semelhante às que foram estudadas por Marx, no século retrasado.



De Brasília
Márcia Xavier