Mulheres não têm os mesmos direitos dos homens presos
As mulheres presas ainda não têm direito a visitas íntimas, o que já é garantido aos homens há mais de 20 anos, e nem normas que regulamentem o tempo de amamentação para aquelas que têm bebês recém-nascidos. A informação foi dada pela ministra da Secre
Publicado 28/10/2008 12:08
Os dois temas foram apresentados para debate, nesta segunda-feira (27) pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado para reorganizar e reformular o sistema prisional feminino, durante o seminário regional “Mulheres em Situação de Prisão: Diagnósticos e desafios na implementação de políticas integradas no âmbito do Mercosul”.
O evento, que termina nesta terça-feira (28), reúne em Brasília representações do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Venezuela e México para discutirem políticas e experiências voltadas às mulheres em situação de prisão.
Um dos principais objetivos do evento é definir uma ação coordenada sobre mulheres em situação de prisão nos países do Mercosul. As deliberações do seminário serão apresentadas na 20a Reunião Especializada da Mulher do Mercosul (REM), que começa na quarta-feira (29), também em Brasília.
Por causa do marido
De acordo com Nilcéa Freire, o sistema carcerário brasileiro revela total desrespeito aos direitos humanos. O quadro é ainda mais perverso se olharmos a situação da mulher, afirma a ministra. Segundo ela, há desigualdade de gênero entre os presos.
A situação se torna ainda mais preocupante, segundo as defensoras dos direitos das mulheres, por causa do aumento do número de presas no Brasil. Nos últimos dez anos, dobrou o número de mulheres presas, que hoje é de cerca de 27 mil em todo o país.
É um fenômeno social, e 43% delas estão presas por tráfico de drogas. Muitas entram no tráfico por causa do marido, analisou o diretor de Políticas Penitenciárias, André Luiz Cunha.
A situação não é muito diferente nos países vizinhos, de acordo com representante da Argentina, Maria Santos. Em geral, os delitos cometidos pelas detentas não são violentos e também estão ligados ao narcotráfico.
De Brasília
Com agências