Síria recebe solidariedade internacional após ataque dos EUA
A Síria advertiu nesta terça-feira (28) os Estados Unidos de possíveis represálias pela agressão a seu território que causou oito mortos, e rebateu as “justificativas” dadas pelos EUA com a demonstração de solidariedade recebida do Líbano e países
Publicado 28/10/2008 19:01
O governo do presidente Bashar al-Assad exigiu respeito a sua soberania territoriao e assegurou que a defenderá, se Washington executar uma nova violação de suas fronteiras ou espaço aéreo.
A reação de Damasco ocorre em seguida à denúncia feita segunda-feira pela morte de oito pessoas na aldeia de Al Sukariya, limítrofe com o Iraque, em uma incursão de militares americanos a bordo de quatro helicópteros, que atacaram um edifício em construção.
O chanceler sírio, Walid al-Moallem, descartou desde Londres que a agressão contra civis desarmados tenha sido um erro e sublinhou que “defenderemos nosso território” se houver uma repetição do caso.
Al-Moallem afirmou que entre as vítimas fatais havia um camponês, seus três filhos, um pescador e uma mulher, e que “matar civis, às vistas do Direito Internacional, significa uma agressão criminosa e terrorista”.
Entretanto, um portavoz americano, citado por meios de comunicação regionais, considerou “plenamente exitosa” a missão de ataque do último domingo, porque permitiu “aniquilar” o iraquiano Abu Ghadiyah, apresentado como “una figura chave” supostamente envolvida na transferência e envio de combatentes estrangeiros da Síria para o Iraque.
A televisão estatal síria, por sua vez, mostrou imagens dos funerais das vítimas e as expressões de repúdio à incursão americana na aldeia, que fica próxima à cidade de Bou Kamal.
Paralelamente, a chancelaria convocou os encarregados de relações exteriores dos Estados Unidos e do Iraque em Damasco para apresentar um protesto formal, enquanto recebia demonstrações de solidariedade do exterior.
O presidente libanês, Michel Suleimán, cujo país acaba de estabelecer relações diplomáticas com a Síria, denunciou a agressão de Washington como “flagrante violação da soberania de um estados árabe irmão”.
Por sua vez, o primeiro ministr Fouad Siniora qualificou o fato de “inaceitável”, enquanto a liderança do movimento Hezbolá afirmou em um comunicado que os Estados Unidos “passaram dos limites” e conclamou a Liga Árabe a agir com “rapidez e firmeza” em relação ao tema.
A Síria agradeceu também as condenações de Espanha e França ao incidente, ao mesmo tempo que exigiu que o Iraque adote medidas para impedir que seu território seja utilizado para novos ataques.