El Salvador recusa-se a assinar Convenção da Juventude
Representantes de diversos setores sociais e políticos consideraram nesta quarta-feira (29) um paradoxo que o governo de El Salvador se recuse a assinar a Convenção de Direitos da Juventude, quando a Cúpula Ibero-americana está justamente dedicada a es
Publicado 29/10/2008 18:24
“Parece-me que o país, como anfitrião, deveria aderir à resolução, que foi trabalhada por todas as instâncias regionais”, declarou a deputada da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), Nidia Díaz.
“As novas gerações são o presente e o futuro e nelas está a esperança de conduzir seus países para uma verdadeira democracia e justiça”, afirmou a parlamentar.
A Convenção, assinada por 18 nações em 2005 na cidade espanhola de Badajoz, contém 44 artigos onde se consagram os direitos da população compreendida entre os 15 e 24 anos em temas como saúde, sexualidade e emprego.
Ns últimos dias o arcebispo de San Salvador, Fernando Saénz Lacalle, pronunciou-se contra o documento alegando que ele contém “capítulos prejudiciais para a sociedade e a família”.
O procurador dos direitos da Infância e Juventude, Luis Salazar, lamentou que as razões da Igreja Católica tenham tanta influência no governo para não assinar o documento.
Em uma coletiva de imprensa realizada na terça-feira, o vice-chanceler Eduardo Calix afirmou que o país “não é susceptível” de aderir ao acordo neste momento.
“Nós fomos muito claros e enfáticos que a convenção ibero-americana nada tem a ver com a declaração da cúpula”, disse o vice-ministro.
O candidato à presidência pelo FMLN, Mauricio Funes, considerou uma vergonha que o país sede do encontro se negue a enviar à assembléia legislativa a declaração, sob o falso argumento de que “viola a Carta Magna”.
As críticas aumentaram o tom porque o encontro regional está dedicado neste ano ao tema da juventude e do desenvolvimento.