Vereador Paulão defende feriado da Consciência Negra em BH

O vereador Paulão (PCdoB) realizou nesta quinta-feira (20) uma audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte sobre o dia nacional da consciên

Publicado 21/11/2008 10:30 | Editado 04/03/2020 16:51

O Vereador destacou que a luta da comunidade negra deve ser todos os dias, e não apenas nessa data comemorativa. “Nós sofremos diversas discriminações na educação, na saúde, no emprego e em todos os setores da sociedade. Se não atuarmos todos os dias buscando soluções e agrupando a sociedade não conseguiremos os objetivos propostos”.

O dia 20 de novembro é a uma data comemorativa em função de Zumbi dos Palmares, que faleceu nessa data no ano de 1695. Como ele foi líder do Quilombo dos Palmares, um importante foco de resistência da população negra escravizada que lutava pela liberdade, essa data ficou estipulada como o dia nacional da Consciência Negra.

Apesar de em 12 Estados e 225 municípios decretarem a data como feriado municipal, o dia não é considerado feriado na capital mineira. Atualmente, tramita na câmara municipal, um projeto do vereador Paulão que torna o dia 20 de novembro feriado em BH.

Nessa perspectiva, o parlamentar destacou que enquanto não for decretado feriado municipal em Belo Horizonte, o trabalhador negro mineiro não terá tempo para sair às ruas e reivindicar seus direitos. “Hoje, que é o dia nacional da consciência negra, as ruas de Belo Horizonte deveriam estar tomadas pela comunidade, mas, infelizmente, o negro tem que ir trabalhar porque não é feriado. Precisamos alterar essa situação”.

Além de Paulão, estiveram presentes a mesa Francisco de Assis Alves, Presidente da Associação dos Perseguidos Políticos do Brasil, Ercília Levy, Presidente (a) Movimento Popular das Mulheres, Valdete Cordeiro, Coordenadora do grupo Cultural Meninas de Sinhá, Carlos Apolinário integrante da Unegro-MG, o Dr. César Vieira e a Psicóloga Andréia Barbosa.

A presença da mulher negra na sociedade foi destacada pela Presidente do Movimento Popular das Mulheres, Ercília Levy, que alegou que a mulher negra sofre duas vezes mais preconceito, por ser negra e do sexo feminino. “No trabalho, as mulheres negras recebem 50 % menos que as mulheres brancas, nas faculdades os números de estudantes negras ainda é baixo e outro fator relevante, 60 % das denúncias realizadas na Delegacia de Feminina são de mulheres da cor negra. Temos que radicalizar e nos integrar nessa luta”.

Ao final da audiência, o grupo Cultural meninas de sinhá, coordenado pela líder comunitária Valdete Cordeiro, fez uma apresentação com cantigas de roda.

De Belo Horizonte

Rafael Mariano

Foto: Rafael Mariano