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PC da Índia, em luta contra a opressão de casta e de classe

''A Índia distingue-se por seu duplo método de opressão'', a opressão de castas e aquela de classes, destacou a intervenção de D. Rada, deputado e secretário nacional do Partido Comunista da Índia. Ao falar no 10º Encontro dos Partidos Comunistas e Operár

Duas delegações indianas participam do Encontro: aquela chefiada por D. Rada e a do Partido Comunista da Índia (Marxista), chefiada por Sitaram Yechuri, secretário de Relações Internacionais. Os partidos comunistas e outras organizações, trabalham em unidade no interior da frente conhecida como a Esquerda. Veja extratos da fala de Rada no Encontro, que tem lugar em São Paulo. 


 


A presente crise do capital global mostrou a falência da globalização e sua política de desregulação, advogada com tanta sem-cerimônia pelos líderes políticos do capitalismo. Está provado que os efeitos da crise global foram quase nada onde havia uma economia socialista, foram mais leves onde havia regulação estatal econômica e uma economia de bem-estar impulsionada pelo Estado, foram menores onde havia um forte setor público. Os fatos falam muito claramente, em favor de uma economia socialista. O mundo precisa tirar lições desses fatos lucidamente provados.  A atual crise financeira internacional expôs a debilidade da hegemonia econômica e militar do imperialismo dos Estados Unidos. O unilateralismo do imperialismo americano no contexto das relações internacionais não pode mais ser tolerado. A demanda por genuína governança multilateral forçosamente aumenta com a atual crise financeira.


 


Mesmo que ela não tenha se originado nos países em desenvolvimento, esteja destinada a impactar os esforços dos países em desenvolvimento, devido a um retardamento global da economia. Neste contexto, os países em desenvolvimento precisam jogar um papel efetivo na resistência ao impacto adverso da recessão em curso, que segundo se prevê irá se converter em depressão. Reformas amplas e a democratização das instituições de Bretton Woods tornaram-se indispensáveis.  A índia distingue-se no concerto das nações por seu duplo método de opressão. Um é o método da opressão social com base na hierarquia de castas – com as pessoas classificadas em castas inferiores ou superiores em virtude de seu nascimento; o segundo método é a divisão de classe entre os possuidores e os despossuídos, com a opressão e exploração das classes baixas. A faca de dois gumes da opressão de casta e de classe faz da Índia um caso único. 


 


Desde que a Índia embarcou na via do desenvolvimento econômico neoliberal, adotando os programas de ajuste estrutural de liberalização, globalização e privatização, apenas um reduzido segmento da sociedade têm auferido os 'benefícios' da reforma, deixando para trás a vasta maioria do povo, na pobreza, desemprego e privação. Os setores do povo trabalhador, sejam organizados ou desorganizados, estão sob ataque.   Desde que a Índia embarcou na via neoliberal de desenvolvimento, no anos 1990, o povo trabalhador, organizado e desorganizado, iniciou a resistência através de várias formas de luta. Operários, agricultores, trabalhadores rurais, mulheres, jovens, estudantes e populações tribais têm lutado contra essas políticas neoliberais, de modo independente e coletivo. As centrais sindicais da Índia organizaram 12 greves gerais, a última delas em 20 e agosto de 2008. Os comunistas, a frente da Esquerda e outros partidos demoráticos também têm conduzido campanhas e combates contra esse retrógrado neoparadigma de de desenvolvimento. 


 


No contexto da Índia, os movimentos da Esquerda e comunistas devem fortalecer a luta de classe e erguer amplamente o povo contra a opressão econômica e a discriminação social, tendo em vista os aspectos da justiça social, face às discriminações contra as castas inferiores e comunidades tribais, discriminações que são únicas na Índia, devido ao pernicioso sistema de castas.  A aplicação do marxismo às condições indianas definitivamente significa uma concepção ampla e dialética das realidades sociais. Isto quer dizer uma vasta coalizão de forças de classe, de segmentos sociais oprimidos, nas esferas miro e macro, de forma a vencer o poder político. Tal processo precisa ser fortalecido e intensificado, de modo a pavimentar na Índia a via para o socialismo no seu verdadeiro sentido. Esta é a única alternativa, para o presente e o futuro.


 


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