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Líderes da América Latina pedem fim de embargo a Cuba

Líderes dos países da América Latina e do Caribe reunidos na Costa do Sauípe, na Bahia, pediram nesta quarta-feira o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos. Em uma declaração divulgada ao final da Cúpula d

O presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou a pedir aos líderes latino-americanos que expulsem os embaixadores americanos de seus países até que os Estados Unidos suspendam o embargo.



Na noite de terça-feira (16), uma reunião extraordinária formalizou a entrada de Cuba no Grupo do Rio. A decisão já havia sido aprovada em reunião ministerial no México, em novembro. (Leia mais aqui)



''Não sei o que pensarão vocês, mas, para nós, é um momento transcendental de nossa história'', disse o presidente de Cuba, Raúl Castro.



O presidente Lula saudou o ''retorno'' de Cuba e disse que o ingresso do país no grupo é conseqüência das mudanças políticas e ideológicas vividas pela América Latina nos últimos anos.



Com a entrada de Cuba, o grupo criado em 1986 passa a ter a participação de 19 países da América Latina mais a Comunidade do Caribe.



Crise



Os dois dias de encontro na Bahia foram marcados também por discussões sobre a crise financeira mundial.



O presidente do Equador, Rafael Correa, propôs ao Mercosul a criação de um fundo regional de reservas para enfrentar a crise.



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os países da região devem se unir para enfrentar a crise e ter maior participação nas decisões internacionais.



Segundo Lula, os países devem tentar evitar que ''a crise nascida no seio dos países ricos'' atinja com força os países que não a provocaram.



O presidente afirmou ainda que, com a crise, os países da região estão descobrindo oportunidades entre si.



''O que estamos descobrindo é que, entre nós, existem outras oportunidades que até então não conhecíamos, não discutíamos, porque era muito mais fácil recorrer ora aos Estados Unidos, ora à União Européia'', disse.



Defesa



A cúpula na Bahia foi a primeira em que os países da região se reuniram sem a presença de representantes dos Estados Unidos ou da União Européia.



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a cúpula é uma demonstração de que os Estados Unidos ''não mandam'' na região e sugeriu a realização do encontro a cada um ou dois anos.



Além da Cúpula da América Latina e do Caribe e da reunião do Grupo do Rio, foram realizadas também a reunião de chefes de Estado do Mercosul e um encontro extraordinário da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).



No encontro de terça-feira, os países da Unasul aprovaram a criação do Conselho de Defesa Sul-Americano, proposta do Brasil que havia sido apresentada formalmente ao grupo em maio.



A Unasul também aprovou a criação do Conselho Sul-Americano de Saúde. No entanto, a escolha do secretário-geral do bloco foi adiada para abril.



Uruguai e Argentina divergem sobre o tema, e o governo uruguaio chegou a considerar a hipótese de abandonar o grupo caso a Argentina insista no nome do ex-presidente Néstor Kirchner como candidato ao cargo.



Fonte: BBC Brasil