Governo argentino condena libertação de ex-militares
A Câmara Nacional de Cassação Penal da Argentina concedeu nesta quinta-feira (18) liberdade aos ex-militares Alfredo Astiz, Jorge “El tigre” Acosta e cerca de outras dez pessoas acusadas de participar de violações dos direitos humanos durante a ditadura m
Publicado 19/12/2008 16:56
A presidente Cristina Fernández Kirchner qualificou como “uma vergonha” a sentença que ordenou a libertação dos militares, que definiu como um resultado de “certa perversidade”.
“Existe certa perversidade, porque a liberdade é ordenada porque passaram vários anos sem que fossem julgados”, lembrou a chefe de Estado.
Cristina fez as declarações durante um evento na antiga Escola de Mecânica da Armada (ESMA), utilizada como prisão clandestina e centro de tortura durante a ditadura, que agora foi transformada no Museu da Memória.
O mandatária argentina estava acompanhada pelo ex-presidente Néstor Kirchner e por funcionários, diplomatas e representantes de órgãos de defesa dos direitos humanos. “Hoje deveria ter sido um dia de paz, de serenidade, de reconhecimento e de reencontro”, disse Cristina, durante a entrega dos prêmios pela luta pelos direitos humanos.
“Esta sentença envergonha os argentinos, a humanidade e o nosso sistema judicial”, acrescentou.
A Câmara Nacional de Cassação Penal da Argentina concedeu a liberdade aos ex-militares “devido ao tempo passado em detenção sem julgamento”, informaram fontes da Justiça local.
Os ex-militares são acusados de participar da tortura, seqüestro e manutenção em cárcere ilegal de, em sua maioria, pessoas ligadas à militância de esquerda, que sofreram perseguição política durante a ditadura militar.
Fonte: Ansa Latina