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Bienal: UNE revela 138 selecionados da Mostra Estudantil

A 6ª Bienal de Cultura da UNE: Raízes do Brasil: formação e sentido do povo brasileiro — a se realizar de 20 a 25 de janeiro, na cidade de Salvador (BA) — além de trazer renomados nomes da cultura nacional, pode revelar novos talentos. De

Mais do que um dos motores que fazem girar o movimento das bienais protagonizado pela UNE desde 1999 — ano da realização da 1ª Bienal — as mostras estudantis foram decisivas para a atual retomada do trabalho cultural da UNE. 


 


Foi a partir delas que a entidade lançou na 3ª Bienal: Nossa cultura em movimento — realizada em 2001 na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) — o seu Cuca (Circuito Universitário de Cultura e Arte); hoje já um Instituto responsável pelo constante trabalho da UNE no movimento cultural e coordenador de diversos Pontos de Cultura espalhados pelo país.


 


O Cuca nasceu inspirado na experiência do CPC (Centro Popular de Cultura) — espaço que marcou a resistência cultural-estudantil à ditadura militar dos anos 60, além de reunir artistas consagrados como Glauber Rocha, Gianfrancesco Guarnieri e Carlos Lyra –, e busca estabelecer um canal aberto e permanente de difusão, promoção e intercâmbio da produção cultural realizada dentro e fora das universidades do país.


 


Com o Cuca, os estudantes também deixaram de ser apenas participantes das mostras estudantis das bienais para se tornarem fundamentais na concepção e organização do evento.


 


Uma oportunidade


 


Independente do lugar que ocupa no curso da história do trabalho cultural da UNE, as mostras estudantis possibilitam que centenas de estudantes possam, em muitos casos pela primeira vez, divulgar o seu trabalho.


 


Com públicos que costumam superar a marca de 10 mil pessoas, as bienais se tornaram a chance para muitos artistas — antes fadados a apresentarem seu trabalho apenas para poucos —, de experimentar o gosto da exposição a um grande público.


 


De quebra, os trabalhos selecionados da Mostra Estudantil são também publicados. Os artistas selecionados saem do evento podendo não só ouvir, ver e ler sua obra registrada, como também reproduzir a publicação oferecida para divulgar àqueles que desejarem.


 


Outra vantagem diz respeito aos direitos autorais. O que será feito pela UNE, ou por qualquer outra instituição ou pessoa, com o material publicado é definido pelo próprio artista. Como obriga o regulamento da inscrição de trabalhos da bienal, todas as obras devem ser licenciadas em Creative Commons, que se diferencia da Copyright ao disponibilizar opções flexíveis para garantir a proteção e liberdade para artistas e autores.


 


Para além do sabor do grande público e da liberdade de publicação, as bienais ainda oferecem o prazer da diversidade. Como a rede do movimento estudantil está presente em todos os estados da federação, não faltam diferentes sotaques, comidas, lendas e miscigenações para apreciar as inúmeras atividades que acontecem no evento, incluindo as mostras estudantis.


 


Público internacional


 


A oportunidade que as bienais oferecem de revelar artistas não se restringem apenas ao Brasil. Algumas edições da Bienal da UNE ultrapassaram as fronteiras nacionais, somando ao evento a participação de delegações estrangeiras.


 


A 4ª edição — realizada em 2005 no Pavilhão da Bienal de São Paulo, o recente palco da polêmica ''pichação ao vazio'' — buscou fazer uma reflexão sobre a integração cultural dos povos latinos com o tema Encontro com nossa América – Soy loco por ti.


 


Com sorte, integrou-se a ela o 14º Congresso da Oclae (Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes). Com sede em Cuba, a Oclae comemorou seus 40 anos de existência em solo brasileiro e reuniu delegações de diversos países do continente. A abertura foi engrandecida com a presença do então ministro da Cultura, Gilberto Gil, cantando a canção tema da 4ª edição.


 


Palco de conquistas


 


Já a 5ª edição —  sediada na Fundição Progresso em 2007, na cidade do Rio —  se valeu do tema Brasil-África: um rio chamado Atlântico para acrescer personalidades e artistas africanos à presença de reconhecidos artistas negros do Brasil. Entre eles esteve o escritor angolano Ondjaki, destaque da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) de 2006.


 


O encontro na 5º Bienal não foi apenas entre dois continentes. Ele também culminou com a volta da UNE e da Ubes para casa. No dia 1º de fevereiro de 2007, a tradicional Culturata da Bienal terminou em uma exitosa ocupação, protagonizada por milhares de estudantes, ao terreno da Praia do Flamengo, número 132.


 


O local abrigou a sede das entidades até 1º de abril de 1964. Entre as primeiras ações do Golpe Militar esteve o incêndio do prédio. Mais tarde, os generais demoliram os escombros e se desfizeram do terreno. O reparo da dívida histórica do Estado brasileiro para com os estudantes foi feito no governo Lula. Agora as entidades já podem iniciar a construção da nova sede, um projeto doado pelo centenário arquiteto Oscar Niemeyer.   


 


Uma trienal com Coneb


 


Uma das novidades desta 6ª Bienal da UNE — edição que marca a chegada aos 10 anos de bienais na cidade onde nasceu a primeira: Salvador — será a 1ª Trienal Latino Americana de Estudantes da Oclae, que homenageará o célebre brasileiro Darcy Ribeiro.


 


Outra marca da 6ª edição será a realização inédita de uma bienal antecedida de um Coneb (Conselho Nacional de CAs e DAs – centros e diretórios acadêmicos). O 12ª Coneb — a se realizar de 17 a 20 de janeiro também em Salvador — terminará iniciando a abertura da 6ª Bienal. Mais de 2.300 entidades se credenciaram no fórum organizado para receber cinco mil lideranças estudantis.


 


Um convite ao palpite


 


Todos esses elementos só reforçam a importância das mostras estudantis nas bienais, não apenas para o público e artistas que delas desfrutam, mas, sobretudo, para o Brasil.


 


Nessa tela, de caldo diverso e múltiplo, que representa o movimento amparado pelo Cuca das bienais, desenha-se uma fina sintonia entre a política e a cultura, a parte e o todo, contrariando teses tão propaladas de que a arte deixou de ter seu papel transformador na sociedade. 


 


A exemplo do que resultou no passado o CPC da UNE, não espantaria se o movimento do Cuca revelasse no futuro o que há de melhor e mais legítimo na presente produção cultural brasileira. Confira abaixo quem são os selecionados da Mostra Estudantil da 6ª Bienal e, se possível, vá até lá e aposte no talento de seus preferidos.          


 


Selecionados à Mostra Estudantil da 6ª Bienal de Cultura da UNE:



 


– Artes Cênicas


 


Adriano Matos Xavier | SE
Anderson Kassio (Ensaio ou Saio) | AP
Caroline Falcão Nogueira Britto | BA
Catarina Noronha Veiga | BA
Evelise Felizardo | Mendes | RS
Gustavo Santos Nery | BA
Joyce Custódio de Freitas | CE
Laércio Navarro de Lima | PB
Laísa Cristina Pereira da Silva | SC
Márcia Cristina Baltazar | SP
Márcio Fecher | RJ
Maria Ione do Nascimento | SE
Milena Alves de Luna | PE
Rita Rocha | BA
Soraia Arnoni | RJ
Tatiana Silveira |MG


 


– Artes Visuais


 


Coletivo Lusco-f.LUX.o | BA
Ana Elizabeth Oliveira da Silva | PE
Ana Nunes | RJ
Ana Paula Felipi Putka | SC
André de Faria | BA
Anne Solimar Pacheco Félix | BA
Bruno Saliba d Souza Almeida | RJ
Cid Costa Neto | MG
Daniel Lopes | RJ
Daniel Victor Coriolano Serafim | CE
Danilo Nazareno Azevedo Baraúna | PA
Dênis Nicola Froner de Souza | RS
Giovannii Ferreira de Souza | RS
Helena Chiesa Zorzi | RS
Jaciara Conceição Matos | BA
Joelma Felix Brandão | BA
Josineire de Azevedo Alves | BA
Laís Guedes Pereira | BA
Lara Pacielo | RJ
Leandro Ferreira | BA
Leon Orianno Lobo Sampaio | BA
Leonardo Motta Campos | RJ
Lilian Carvalho de Medeiros | MG
Lúcia Dacosta | RJ
Luis Felipe Pilagallo da Silva M. Gonçalves | PR
Marcos Vinícius da S. Neves | BA
Péricles mendes da Silva | BA
Renata Voss Chagas | AL
Rodrigo Araújo Cabral | PB
Sandrinni Princy | RJ
Silvia Ferreira Noronha Neves | MG
Tarcio Renan Vasconcelos Moreira | BA
Thaís Cristina Martino Sehn | RS
Grupo NAIPE | RS
Vonaldo Lopes Mota
Yasmine Moraes Alves de Lacerda | CE
Téo de miranda | MT
Larissa de Abreu Sossai | MT


 


– Ciência e Tecnologia


 


Adriano José da Silva | PR
Anderson Rafael Cavalcante Nunes | CE
Anelise Dornelles Schantz | RS
Bruno Toríbio de Lima Xavier | MG
Caio Baccarin Xisto Paes | SP
Camila Guimarães de Almeida | PB
Camila Ramos dos Santos | BA
Carla dos Reis Santos | BA
Carlos Alberto Saraiva Monteiro | AM
César Augusto Boguchevski | PR
Clara Magda Barbosa Alexandre |CE
Cristina M. Quintela | BA
Cristina Xavier Cordeiro | MG
Daniela de Freitas Coelho | MT
Dario Ferreira Sousa Neto | SP
Edson Rodrigues Barreto Junior | SE
Fabiana de Souza Costa | SP
Fabiana Ramos da Silva | PR
Fernanda A. Andrade | BA
Gisele Ferreira de Lima | PR
Guilherme Bermeguy Chêne Neto | PA
Hugo Marcelo Ferreira de Deus Lima | RJ
Ingrid Mikaela Moreira de Oliveira | CE
Jime Rodrigues Pinheiro | PA
Janaína Simone Neves | MG
Josemeyre Kenya Carvalho da Silva | MT
Juliam Lopes da Cunha | RS
Karen da Paz da Silva | AM
Leonardo Oliveira Moreira Pinto | MG
Lucas Benevides | RJ
Lucas Pereira de Melo | SP
Luciléia Belter | RS
Luisa Barbosa Pereira | RJ
Luiza de Almeida Bezerra | RS
Mabel Hartmann Monte Blanco | RS
Marcelo Gomes | RS
Márcio Roberto Silva de Castro | CE
Marcos Manoel Silva Severiano | CE
Monique Lima Marques | CE
Nágela Natasha Lopes Evangelista | CE
Patrícia D. Americano da Costa | BA
Ricardo Ramos Shiota | SP
Rodrigo Alexandre de Figueiredo | MG
Rodrigo Santos de Castro | MG
Rogério da Costa Sousa | PA
Roniere Lopes Caldas | PA
Sandra Corradini | BA
Tayame Costa | PA
Thaiany Guedes da Silva | AM
Vivian Francília Silva Kahi | RS


 


– Música


 


Preto Tu | RJ
Orquestra Popular Brasil de Cara | RJ
Na Sala do Sino | RJ
Rodrigo de Almeida | PA
Xocós | SE
Cezar Silva Meneses | SE
Thiago di Luca | RS
Os Mamelungos | PE
DJ Gérson de Veras | DF
Coletivo Dinamite | MG
Silas Giron | BA
Sol | BA
Ana Luisa Barral | BA
Rafael Topázio | BA
Flauer | BA
João Lins | BA
Josyara Silva | BA
Acord | BA
Visão Urbana | BA
Opanijé | BA


 


– Cinema


 


Ricardo da Silva Andrade|BA
Projeto Oi Kabum | BA
Caio Souza Araújo | BA
Caio Souza Araújo | BA
Marcio Holmann Mota | DF
Luara Schamó | RN
Devid Souza | AM
Gustavo Melo | RJ
Bruna Barbosa | RJ
Andréia Neves Figueiredo | BA
Marcelo Bichara | RJ
Igor Min | CE
Debora Teles | CE
Magda Adinalva de Melo Lima | BA
Cristian Barbosa Dessa | BA
Projeto Educomunicação | BA


 


– Literatura


 


Maria Rosineide da Silva Sales | BA
Sávio Domato Mendes | MG
Maycon Lopes | BA
Iramaya Monick Santos de Oliveira, | BA
Daniel Victor Coriolano Serafim | CE
Milena Gantois Palladino | BA
Gustavo Alexandre Ferreira da Silva | PB
Laura Diniz Tavares | DF
Jivago Medeiro Ribeiro e Valérya Próspero Cardoso | MT
Jucelino de Sales | GO
João Gabriel Carvalho Lima | BA
Caroline Brandão Pires de Almeida, SP
David da Silva Monsores | RJ
Daiane Cristina Portela Martins | SP
Larissa Nascimento Ribeiro | MT


 


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