Redação do O Povo pára contra o impedimento do acesso dos dirigentes do Sindjorce

Jornalistas desceram até o pátio da empresa para acompanhar a fala dos sindicalistas

Pela segunda vez, em 33 dias, a redação do jornal O Povo parou novamente. Desta vez, em resposta ao impedimento do acesso de dirigentes sindicais à redação, na tarde do dia 13 de janeiro. Os diretores do Sindjorce tiveram o acesso negado pela direção da empresa para dar os informes da negociação da campanha salarial de impresso, ocorrida minutos antes na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Comunicados do impedimento, os jornalistas desceram até o pátio da empresa para ouvir a fala dos sindicalistas, paralisando os trabalhos na redação por uma hora.


 


Esta foi a segunda vez, em 14 dias, que o jornal O Povo negou o acesso dos dirigentes sindicais à redação. A primeira ocorreu em 30 de dezembro de 2008 (20 dias após a primeira paralisação) quando o Sindjorce encaminhou ofício à empresa comunicando a visita. “Não está autorizada a vinda dos dirigentes do Sindicato da presente solicitação”, respondeu por e-mail a secretária da redação. No dia seguinte, quando finalmente os dirigentes tiveram o acesso permitido, foi celebrado um pacto entre a redação e o sindicato: toda vez que os diretores forem impedidos de dar informes na empresa, os jornalistas descerão até o pátio para ouvir a fala dos dirigentes.


 


Dois pesos e duas medidas


 


No dia 13 de janeiro, o pacto foi cumprido à risca, com o reforço da presença de cinco diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica do Ceará (Sintigrace). Sem nenhum contato prévio com a empresa, os gráficos tiveram acesso permitido pelo jornal para dar os informes das negociações da campanha salarial da categoria. “Porque os dirigentes dos gráficos têm acesso à empresa e os jornalistas não?”, questionou o presidente do Sintigrace, Rogério Andrade.


 


Os trabalhadores do setor gráfico industrial já fecharam acordo com os patrões que prevê um ganho real (acima da inflação) de 1,52% no piso salarial e 8% de reajuste para salários acima do piso. Para os gráficos empregados em jornais, afirmou Rogério, as empresas ofereceram 1,02% de ganho real no piso. “Estamos fazendo reuniões na base (jornais O Povo, Diário e O Estado) para tentar melhorar a proposta patronal”, afirmou Rogério, questionando o motivo pelo qual os jornais já ofereceram ganho real para os gráficos, que têm data-base em 1º de janeiro de 2009, e não fizeram o mesmo com os jornalistas, com data-base em 1º de setembro de 2008.


 


Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará