PSDB-SP anistia kassabistas e lamenta “racha” da bancada
Cerca de quatro meses depois do primeiro turno das eleições municipais, quando o PSDB paulistano evidenciou seus “rachas” internos, o discurso agora é de união e pela anistia daqueles que desobedeceram as determinações partidárias. Um encontro entre o
Publicado 07/02/2009 20:24
A adesão do ex-governador Geraldo Alckmin ao governo de José Serra como secretário de Desenvolvimento já havia demonstrado a reaproximação dos grupos. “Sou defensor da tese que a anistia tem que ser ampla e recíproca. Devemos superar as divergências que houveram em 2008 e nos concentrar em um projeto muito maior”, afirmou Lobo.
Ao mesmo tempo, o partido agora luta para conter a dissidência na bancada tucana na Câmara dos Deputados, que reconduziu José Aníbal (PSDB-SP) para sua liderança por meio de uma alteração nas regras do partido. “Lamento que não podermos ter encontrado em Brasília também uma solução que salvaguardasse a unidade”, afirmou Lobo.
Sob seu comando, a Executiva municipal caminha para arquivar os seis processos contra tucanos que apoiaram a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM) no ano passado. Entre os “kassabistas”, estão vereadores, secretários municipais, como Clóvis Carvalho (Governo), Alexandre Schneider (Educação), além do ex-ministro José Gregori, presidente da comissão de direitos humanos do município.
Já na Câmara, o grupo de 19 deputados insatisfeitos com a reeleição de Aníbal exige a renúncia do líder da bancada e a escolha de um novo nome. “O que nós acreditamos agora é que a bancada se reúna novamente e haja uma renúncia dele na liderança, para que possamos escolher outro nome, mesmo sendo do mesmo grupo da articulação majoritária, o problema é a questão da reeleição”, afirma Feldman, que mesmo licenciado do cargo em Brasília assinou a lista pela renúncia de Aníbal.
Feldman também está no grupo dos que sofreram retaliações internas por ter apoiado Kassab em 2008. Seu caso é tratado pela Executiva nacional do partido, mas, segundo ele, também deve ser arquivado. “Um relatório está sendo preparado”, diz.
2010: Aécio na fila
Para os tucanos de São Paulo, ainda não é possível definir se haverá um novo racha na escolha do candidato tucano para disputar a eleição para a Presidência em 2010. “Sou contra que se defina neste momento a candidatura. Política é muito dinâmica”, afirma Lobo, que defende a candidatura de Serra por apresentar melhores condições e considera as prévias partidárias um processo “complicado demais”.
As prévias são defendidas pelo governador de Minas, Aécio Neves, que também pleiteia se candidatar ao governo federal. Em visita a Brasília nesta sexta, o mineiro criticou a tentativa de cúpula tucana de tentar, de antemão, cancelar as prévias da legenda.
Já para o “serrista” Feldman, a candidatura do PSDB é uma questão de “fila”. “O partido deve ter fila. Agora é a vez do Serra”, diz.
Fonte: Folha Online