8 de Março: Mulheres da Bahia se mobilizam na defesa de direitos

O Dia Internacional da Mulher se aproxima e reacende o debate sobre a condição da mulher na sociedade brasileira. Em todo o país, iniciam-se campanhas para combater a violência e a discriminação contra as mulheres. São destaques também a luta pela desc

Titular da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a ministra participa da mesa redonda “Mulheres, políticas e espaços de poder”, que acontece a partir das 14h30, no Espaço Cultural da Câmara de Vereadores, no Centro, em Salvador. O debate lança o projeto Março Mulher, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade da Bahia (Sepromi) e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM). O Março Mulher terá uma série de atividades, que inclui um show com a sambista Leci Brandão na manhã de domingo (8/3), marchas pelas ruas, oficinas, seminários, exposições fotográficas e muitos outros eventos em diversas cidades baianas.



 


Mais mulheres no poder



O evento é parte da campanha nacional “Mais Mulheres no Poder. Eu assumo esse compromisso”, lançada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), junto com o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos. O objetivo da campanha, alinhado ao capítulo cinco do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, é estimular a ampliação da participação feminina nos cargos de decisão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nos partidos políticos, empresas públicas e privadas, no movimento social, além de promover a participação igualitária, plural e multirracial nestas instâncias.


 


Aborto e crise econômica


 


O PCdoB que últimas eleições se destacou com candidaturas femininas viáveis em várias capitais do país e tem história na luta feminina com atuação na União Brasileira de Mulheres, defende que se dê ênfase, neste 8 de Março, à temática  da descriminalização do aborto e à defesa de que as mulheres não paguem, com seus empregos, pela crise econômica. A posição foi aprovada no Fórum Nacional de Mulheres do PCdoB.


 


No caso da descriminalização do aborto a mobilização nacional é fundamental. O protesto do movimento de mulheres recai contra a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara do Deputados para investigar o aborto. O pedido de CPI foi aceito, em dezembro de 2008, pelo então presidente Arlindo Arlindo Chinaglia (PT-SP) e a Comissão pode ser instalada a qualquer momento. Para a deputada federal Alice Portugal, a CPI representa um retrocesso e uma afronta às mulheres brasileiras. “A CPI é a materialização de uma ação persecutória às mulheres, como a que aconteceu em Mato Grosso do Sul, onde está em curso um processo de perseguição contra 10 mil mulheres acusadas de terem praticado aborto”, afirma a deputada.


 


Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 1 milhão e duzentas mil mulheres são atendidas na rede de saúde todos os anos, em decorrência de complicações de abortos inseguros e destas, 250 mil morrem. Para a secretária da Mulher do PCdoB na Bahia e integrante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher, a médica Julieta Palmeira, esta é uma questão de saúde pública e deve ser discutida por toda a sociedade. “O estado é laico e como tal deve garantir os direitos de todos os seus cidadãos, independentemente de credo ou religião. Não podemos aceitar que milhares de mulheres morram todos os anos, porque exerceram o direito de decidir sobre o seu corpo”, ressalta Julieta Palmeira.


 


A bancada do PCdoB na Câmara Federal  está mobilizada para impedir a instalação da CPI do aborto. O partido vai utilizar a mobilização do Dia Internacional da Mulher para potencializar o debate do tema e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de cobrar políticas públicas, que impeçam a morte de tantas mulheres todos os anos.
 


De Salvador,


Eliane Costa