Fórum de Prefeitos do PCdoB/CE debate educação e saúde

No primeiro seminário temático realizado no Fórum de Prefeitos e Vice-Prefeitos do PCdoB, realizado sábado (28), as discussões foram concentradas em duas das mais importantes políticas públicas no Brasil: a educação e a saúde. O objetivo do encontro fo

Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, presidente do Comitê Estadual do PCdoB no Ceará avaliou como positiva a continuidade dos fóruns. “Este é o terceiro encontro que promovemos sendo o primeiro temático. Esses fóruns são um meio que o Partido oferece de contato direto entre a sua direção, os parlamentares, os prefeitos e seus assessores. Queremos consolidar este momento como um espaço coletivo”, defendeu Patinhas. O dirigente afirmou que os encontros são espaços que os gestores têm para debater suas problemáticas e buscar ensinamentos. “Juntos, os prefeitos poderão encontrar soluções que beneficiem as pessoas e justifiquem o voto de confiança que lhes foi dado”, ressaltou. Patinhas considerou ainda que a humanidade se encontra num dilema frente ao desemprego, guerras e crise do capitalismo. “Estamos vivendo numa crise generalizada e cabe a nós, como executivos, contribuir para melhorar a vida do povo”.
 


Para o senador Inácio Arruda o PCdoB cearense tem uma grande experiência na área do Legislativo, mas no momento em que sai de um para cinco prefeitos eleitos e também amplia sua participação nas administrações de outros municípios onde ajudou a eleger o chefe do Executivo, é preciso avaliar as experiências positivas para que sejam implantadas, adequando-as às peculiaridades de cada município para que um serviço público de melhor qualidade seja prestado à população. Além disso, considera o momento importante para que seja reforçado o apoio e empenho dos representantes da legenda na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal na busca de solução para os problemas da população.



Educação


 


Durante a manhã o evento se concentrou nas inovações existentes nas gestões municipais no campo da educação. Maurício Holanda Maia, Secretário Adjunto de Educação do Ceará, ressaltou a importância do encontro por se tratar de um fórum qualificado reunindo pessoas capacitadas e com senso de responsabilidade. O secretário adjunto defendeu a importância do município dentro da construção da educação no país. “O lugar de construção da democracia brasileira é no município, lá onde o cidadão mora constrói a sua vida. O caminho para um país mais justo está no serviço de educação de qualidade”, defendeu. Maurício defendeu a escolarização como um processo universal e ressaltou a importância da educação infantil dentro deste sistema. “Algumas coisas que garantem a formação do cidadão só se aprende até os 10 anos. Se não for dentro deste período vai dar muito trabalho a aprender”. Ele diz que aí está a responsabilidade que os municípios têm em se comprometer com a qualidade deste ensino.


 


Julio César da Costa Alexandre, Secretário de Educação de Sobral, expôs o trabalho vitorioso que vem sendo executado no município baseado em três eixos: o fortalecimento da gestão escolar, o investimento em diretores e coordenadores escolares e a valorização do magistério. Através de indicadores, o secretário mostrou os avanços da Educação em Sobral como a queda dos índices de abandono escolar e o aumento de matrículas no município.


 


Após a apresentação dos convidados, foi aberto o debate. Participantes do encontro puderam participar efetivamente da discussão. O deputado estadual Lula Morais defendeu a criação de um consórcio municipal das prefeituras do PCdoB. “Seria excelente se nós pudéssemos juntar pessoas capacitadas e criar percursos menores para superar desafios e solucionar os problemas que surgem nas administrações”, defendeu. Já Ieda Nobre, titular da Secretaria de Assistência Social de Maracanaú, reforçou que a educação precisa ser politizada e que é um direito social. “Não devemos ficar presos ao processo pedagógico e nem perder de vista a garantia deste direito. A educação tem que ser vista como um braço de um conjunto de políticas públicas que precisam dialogar”, enfatizou.


 


Saúde


 


Já no período da tarde, a saúde na era do SUS foi o tema do debate. João Ananias, Secretário de Saúde do Estado, ressaltou o empenho do governador Cid Gomes para o setor com a construção de hospitais regionais, 21 policlínicas e 16 centros odontológicos. “A saúde tem relação com todos os setores do indivíduo. As transformações da vida trouxeram a exigência de mudanças também na administração pública da saúde”, afirmou. O secretário considera que o SUS deve ser pensado de forma mais ampla envolvendo União, Estado e Municípios. “A mídia faz de tudo para enfraquecer o Sistema com o objetivo de defender a iniciativa privada”, alertou.


 


Ressaltando a importância da atenção básica, João Ananias garantiu que as engrenagens devem estar em harmonia para que nenhum outro setor seja sobrecarregado. “A lógica aparece invertida. A atenção básica que é o primeiro e mais importante estágio é, atualmente, o setor que menos recebe recursos”, admitiu. Segundo o secretário, só para se construir um posto de saúde – sem contar com equipamentos, o município teria que investir cerca de R$150 mil reais. “A gente sabe que este valor é impraticável para muitas das nossas cidades. Se o prefeito quiser mesmo efetivar, tem que correr atrás de emendas parlamentares, por exemplo”.


 


Rubens Barbosa, ex-Secretário de Saúde de Maranguape, levou aos participantes um raio x da realidade na saúde do município. Com 108 mil habitantes, a cidade da região Metropolitana de Fortaleza, tem buscado saídas para enfrentar os problemas e superar a demanda. Composto por 17 distritos, Maranguape conta apenas com 115 médicos para atender toda a população. Segundo os dados apresentados, a cobertura do PSF no município é 74,5%. Rubens compartilhou com o grupo uma preocupação. “O dinheiro é pouco e a gente ainda investe mal. Analisando os dados, de cada 100 exames feitos no município, 35 nem sequer são vão pegar o resultado. Isso é dinheiro jogado pelo ralo. Onde deveríamos investir? Na prevenção, na educação? Eis o questionamento”.



De Fortaleza,
Carolina Campos


(Com informações do Diário do Nordeste)