Diamantina: os desafios e o protagonismo do PCdoB na terra de JK

Sexta-feira, dia 06 de março, a cidade dos diamantes, intitulada pela Unesco, Patrimônio Cultural da Humanidade comemorou 171 anos de emancipação política. A festa promovida pela prefeitura da cidade, com o apoio do legislativo teve programação variada de

O deputado Carlin Moura (PCdoB) esteve na cidade convidado pelo prefeito e pelos vereadores Cícero e Tarcísio, do mesmo partido do deputado. Carlin, na tarde de sexta-feira (06) concedeu entrevista à rádio local, onde parabenizou a cidade pela conquista de emancipação.

O deputado salientou ainda, as conquistas que estão po vir, desafios da nova gestão. “É a primeira vez que o PCdoB participa do legislativo dessa cidade, e é com muita força de vontade que vamos lutar pelo desenvolvimento de Diamantina e pela melhora na qualidade de vida da população”, salientou Carlin.

Marconi Viana, apresentador do programa agradeceu a participação de Carlin e a honra da cidade em receber um deputado tão atuante, e reafirmou as necessidades do povo de Diamantina. Para o apresentador a cidade ainda tem muito o que fazer, para depois comemorar.

Nem tudo é festa

A nova gestão de Diamantina tem grandes desafios e muitos problemas herdados. E por falar em herança, a cidade tem várias, entre boas e outras maléficas, advindas desde os idos tempos da coroa portuguesa, quando o ouro e os pedras preciosas eram levadas de Diamantina, que recebia em troca muita miséria.

O vereador Cícero (PCdoB) levou Carlin Moura para conhecer uma das regiões mais abandonadas de Diamantina, conhecida como Cazuza. Nessa região vivem cerca de 2.500 habitantes em situação precária.

Falta rede de esgoto, transporte, posto de saúde, completa infra-estrutura. “Não temos um ônibus que passa aqui no bairro, não tem posto de saúde, nem escola. Formos esquecidos”, afirmou Mary – a dona Tica, moradora antiga do bairro.

Crianças tem que andar quilômetros para chegar às escolas, pois nem mesmo um transporte escolar há disponibilizado para as crianças. São cerca de 250 crianças na faixa etária de 05 a 14 anos que estão em idade escolar.

Falta emprego, infra-estrutura, incentivos agrícolas e enquanto isso, a população de Diamantina vem padecendo. A extração de diamantes, mesmo depois de anos, continua sendo a fonte de renda de grande parte da população. A cidade não possui indústrias ou fábricas e o número de desemprego é grande.

O contraste arquitetônico da cidade chega a chocar. Enquanto o Centro Histórico guarda na sua arquitetura influências européias e árabes, nos povoados da cidade vivem pessoas em barracões cedidos pela Associação São Vicente de Paulo.

São famílias com até oito moradores que vivem em barracos de cerca de 15 metros quadrados, com problemas da falta de esgoto e água. Há mais de 30 anos a população não recebe uma casa popular.

“É desesperador ver a situação dessas famílias, como vivem sem nenhuma qualidade de vida. O que dá pra observar são as histórias que lemos por muitas vezes nos livros, a coroa veio aqui, levou as riquezas, deixou a arquitetura européia nas praças e esqueceu os escravos na senzala”, desabafou Carlin ao se referir a história da exploração dos recursos minerais e humana em que sofreu a cidade e seu povo.

Esperança

A partir desse ano de 2009, irá funcionar no Cazuza pela primeira vez uma associação de moradores. Por incentivo do vereador Cícero, a associação está em fase de regularização e já tem uma sede, que conta com uma casa, espaço para recreação, e um campo de futebol, todos doados.

Para a presidente da associação, Tacimara Cruz, a comunidade unida, juntamente com governo e poder legislativo é a solução para melhorar a vida da população. “Precisamos de união para enfrentarmos os graves problemas de nosso povo. A associação é o primeiro passo para priorizarmos os problemas e buscar soluções”, afirmou Tacimara.

Para o vereador Cícero, mudar a realidade da cidade é uma meta de seu mandato. “Estamos buscando juntamente com a prefeitura formas de atração de novas empresas para geração de trabalho, uma saúde eficaz e um transporte que possa atender à todos”.

Outra alternativa são as parcerias com a Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri (UFVJM), que o vereador, juntamente com secretário municipal de Meio Ambiente, Marcílio Alisson Fonseca de Almeida estão buscando.

“Estamos desenvolvendo um projeto de agricultara familiar e pesquisando outras formas de melhorar a extração e a agricultura de subsistência”, esclareceu Marcílio. Outros projetos em conjunto com a Universidade estão sendo estudados.


De Diamantina,
Sheila Cristina