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Gilce Consenza recebe homenagem por sua luta em defesa da mulher

Gilce Consenza, que recebeu, nesta quarta-feira (11), junto com outras quatro mulheres, o Diploma Carlota Pereira de Queirós, homenagem da Câmara dos Deputados que marca as comemorações do Dia Internacional da Mulher, é ex-presa política anistiada e di

Gilse nasceu em Minas Gerais, para onde voltou depois de muitas idas e vindas por esse Brasil afora em sua luta política. Aos 17 anos, ingressou no movimento estudantil que lutava, no período da Presidência de João Goulart, pelas reformas agrária, urbana, universitária, pela independência nacional, contra o imperialismo.



Nessa época, Gilse estudava piano, gostava de pintar e pertencia à equipe de dança feminina moderna do Minas Tênis. “Nunca abri mão de dançar. Estudava, participava do movimento estudantil e, nos finais de semana frequentava as horas dançantes, nos DCEs (Diretório Central dos Estudantes)”, conta.



Ao escolher qual curso faria na faculdade, seguiu um único critério: queria uma profissão que lhe permitisse trabalhar diariamente com as questões sociais no país. Escolheu Serviço Social. Em 1964 passou no vestibular da PUC de Minas Gerais.



Na faculdade passou a fazer parte da Juventude Universitária Católica (JUC) . Mas em 1° de abril daquele 1964, no dia do golpe contra Jango, Gilse entrou para organização política “Ação Popular”. Greves, manifestações a favor das reformas, e principalmente, da democracia, faziam parte do seu dia-dia.



Em meados de 1968, saiu o seu pedido de prisão preventiva. Gilse abandonou tudo e entrou para clandestinidade. Gilse confia a Gilda e Henfil, seu medo de ser presa. Eles prontamente se comprometem a cuidar de Juliana, sua filha recém-nascida, caso  aconteça alguma coisa.



Notícias da filha



Como previra, foi presa em seguida. Sabia notícias de Juliana através das charges do Henfil, que criou uma personagem chamada Juliana que dizia estar bem de saúde e gostava muito de morango com sorvete, mensagem cifrada que só Gilse podia decodificar.



Ao sair da prisão, foi para São Paulo, ainda na clandestinidade. Ficaram em São Paulo até 1976. Desde 1972 já fazia parte do PCdoB. Foi para Fortaleza (CE) organizar o Partido. Com a anistia, saiu da clandestinidade e voltou a ser Gilse em Fortaleza. Em 1984, com a legalização do PCdoB, assumiu a presidência do Partido no Ceará. Foi candidata à deputada federal e ficou na suplência.



Eleita Presidente da União Brasileira de Mulheres(UBM) por duas gestões de 1991 à 1997, residiu em São Paulo, sede da Entidade e do Comitê Central do PCdoB do qual fazia parte.



Seu sonho de retornar para suas raízes e sua família em Belo Horizonte se concretizou. Assumiu a Presidência do PCdoB na capital. Passa a fazer parte do Movimento Popular da Mulher, onde é conselheira, trazendo sua experiência à frente da luta emancipacionista e feminista em Belo Horizonte .



Retoma sua militância como uma lutadora dos direitos humanos,  integrando o Movimento Tortura Nunca Mais e depois organizando a luta pela indenização dos lutadores torturados pela ditadura militar em Minas Gerais, como coordenadora da Comissão de Anistiados.



De Brasília
Márcia Xavier