'Justiça' iraquiana condena Tarek Aziz a 15 anos de prisão
O ex-chanceler e vice-primeiro-ministro iraquiano do governo de Saddam Hussein, Tarek Aziz, foi condenado nesta quarta-feira (11) pela justiça do governo instalado pelas forças militares de ocupação. Culpado por “crimes contra a humanidade, pela supost
Publicado 11/03/2009 16:14
Dois meio-irmãos de Saddam Hussein, Uotban Ibrahim Hasan e Sebaui Ibrahim, ex-ministros do Interior e ex-chefe da polícia política, respectivamente, foram condenados à pena de morte.
“Alí,o Químico” já havia sido condenado à morte em outros três julgamentos.
No total, oito funcionários do antigo regime iraquiano foram julgados pela Suprema Corte do Iraque, sediada na Zona Verde, o setor ultraprotegido do centro de Bagdá e, efetivamente, o único realmente dominado pelos ocupantes. Todos corriam o risco de serem condenados à morte.
Em 1992, 42 comerciantes de Bagdá foram acusados de especular os preços dos produtos alimentícios. Foram julgados e executados. Na época o Iraque estava sob bloqueio da ONU.
O juiz Rauf Rachid Abderrahman declarou a sete dos outos acusados culpados de “assassinato premeditado” e de “crimes contra a humanidade”.
Somento Isam Rachid Huayech, ex-diretor do Banco Central do país, foi absolvido.
Mezbane Jadhr Hadi, um dos chefes do proscrito partido Baath, foi condenado a 15 anos de cárcere, enquanto que o ex-ministro da Fazenda, Ahmed Hussein Judheir, foi condenado a seis anos de prisão. Abd Homud, ex-secretário de Saddam, foi condenado a prisão perpétua.
Único cristão do círculo do ex-presidente Saddam Hussein, Tarek Aziz, que foi também ministro da Informação, não reagiu ao anúncio do veredicto.
No entanto, Sebaaui gritou, em troca: “Viva o Iraque, abaixo o ocupante. Estou orgulhoso de reunir-me com meu irmão, o mártir Saddam Hussein”, enforcado em dezembro de 2006.
A partir de Amã, o advogado de Tarek Aziz, Badea Aref, estimou que a pena foi “muito severa” e que tinha como objetivo “justificar a manutenção de detenção” de seu cliente.
“Esperava que o tribunal reconhecesse sua inocência”, disse Aref, argumentando que seu cliente estava “fora do Iraque” quando os comerciantes foram executados.
Em fins de dezembro, Aziz escreveu ao presidente do tribunal para reivindicar sua inocência. Após assistir “todas as audiências e escutar todas as testemunhas”, não encontrou nada contra si.
Tarek Aziz, nascido em 1936, foi abnsolvido em um primeiro julgamento na semana passada. A condenação desta quarta-feira é a sua primeira pena, embora ainda deva ser julgado por mais dois outros casos.
No caso de Ali, o Químico, de cerca de 60 anos, aos quinze anos que lhe foram impostos nesta quarta-feira somam-se ainda três condenações à morte, a última ditada em março, pela morte de dezenas de xiitas em 1999, no bairro Cidade Sadr, a noroeste de Bagdá, e na cidade santa de Najaf.
Ali, o Químico, é primo de Saddam Hussein e foi seu ministro do Interior, além de governador militar do Kuwait quando o Iraque invadiu o país em agosto de 1990.