Nova derrota acua aliados de Yeda em votação sobre abono de ponto dos servidores
O Governo Yeda sofreu nova derrota ao não conseguiu votar o veto ao projeto que anistia os servidores públicos que fizeram greve em 2008. Em sessão tumultuada, a oposição aproveitou a desmobilização da base aliada e adiou a decisão sobre o veto
Publicado 11/03/2009 18:28 | Editado 04/03/2020 17:11
A base aliada de Yeda na Assembleia Legislativa cochilou novamente e mostrou desmobilização e fragilidade ao não conseguir manter o quórum que garantiria a votação do veto ao PL 285/08, que abonou o ponto dos funcionários públicos que realizaram paralisação no ano passado.
Na última terça-feira (10), os parlamentares da base também não garantiram o número mínimo de parlamentares para colocar a decisão do Executivo em votação. Durante a sessão plenária, o deputado Raul Carrion (PCdoB), líder do PCdoB na ALERS, cobrou coerência dos 41 parlamentares que votaram a favor do abono do ponto de servidores públicos.
Carrion foi o proponente da emenda ao projeto do próprio Executivo, que inclui no abono o período compreendido entre os dias 14 e 28 de novembro de 2008, durante o qual “membros do Magistério Público Estadual e Servidores de Escola participaram de movimento reivindicatório das respectivas categorias.” Outros 21 deputados – do PT, PDT, PSB, DEM e PMDB – também assinaram a emenda.
Para o deputado, o corte do ponto é intimidação que não surte efeito. “O Cpers foi a primeira categoria a fazer greve durante a ditadura e só imagina que essa medida irá intimidá-lo quem está acostumado aos capitães do mato de São Paulo”, disse. “A anistia do ponto é o único caminho do entendimento.”
O parlamentar lembrou que os professores recuperaram as aulas não dadas durante os dias de paralisação, o que torna ilegal e injusto o corte do ponto. “Não é de interesse da sociedade gaúcha o conflito. Mas o governo está optando pela radicalização ao fazer uma queda de braço que não é positiva.”
Isabela Soares