OAB protesta contra a interferência dos EUA no Caso Sean
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, repudiou os métodos do governo americano para buscar o retorno aos Estados Unidos do filho do cidadão norte-americano David Goldman e da brasileira Bruna Bianchi Carneiro Ribeiro, já falec
Publicado 15/03/2009 18:33
Em nota divulgada neste domingo (15), a entidade afirma que a postura do governo e da mídia dos Estados Unidos desrespeita a soberania do Brasil. Para a OAB, a pressão para que o caso passe a ser julgado nos tribunais norte-americanos desrespeita a capacidade de decisão da Justiça brasileira.
Tanto a pressão do governo norte-americano quanto a da mídia daquele país em relação ao assunto partem do pressuposto de que o Judiciário brasileiro não cumpre adequadamente suas funções, afirmou o comunicado. Ainda de acordo com o texto, a entidade não está tomando partido de nenhum dos lados.
Ao reafirmar a independência do Poder Judiciário no Brasil, o comunicado ressaltou que nenhuma decisão judicial pode sofrer interferência de outros órgãos. Tramitando atualmente na 16ª Vara da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, o caso virou assunto diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos.
No encontro deste sábado (14), na Casa Branca, o presidente norte-americano, Barack Obama, agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a transferência do julgamento para a esfera federal.
David Goldman e o padrasto brasileiro, o advogado João Paulo Lins e Silva, brigam na Justiça pela guarda do garoto. Mãe dele e ex-esposa de Goldman, Bruna Bianchi veio com o filho visitar os pais no Brasil em 2004 e não retornou aos Estados Unidos. No ano passado, ela morreu durante o parto da primeira filha com João Paulo.
Protestos
Cerca de 300 pessoas, na maioria parentes e amigos da família dos avós maternos e do padrasto do menino Sean, de oito anos, participaram na manhã deste domingo, de uma passeata pela orla de Copacabana e Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Os manifestantes partiram do hotel Marriot, em Copacabana, onde estava hospedado até o final da tarde de sábado o pai biológico do menino, David Goldman. Com faixas e cartazes, os parentes brasileiros de Sean pediram a permanência do menino no Brasil. No sábado, um protesto em Washington, com cerca de cem pessoas pediu o retorno de Sean aos EUA.