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Fed injetará US$ 1,15 trilhão com compra de títulos públicos

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou que comprará pela primeira vez títulos do Tesouro de longo prazo, assim como mais títulos hipotecários e de dívida em um valor total de US$ 1,15 trilhão, em uma tentativa de baratear o crédito.

Após uma reunião de dois dias para analisar a economia, o Fed também manteve a taxa básica de juros entre 0 e 0,25%, nível no qual está desde dezembro, uma decisão esperada. A maior novidade do anúncio foi a aquisição das letras do Tesouro por um valor máximo de US$ 300 bilhões nos próximos seis meses, com o objetivo de “ajudar a melhorar as condições nos mercados de crédito privado”. Essa intervenção reduzirá o custo de qualquer tipo de empréstimo, pois os juros dos títulos públicos a longo prazo são utilizados como referência nos Estados Unidos.
 
Imediatamente após o anúncio, a rentabilidade dos papéis públicos para dez anos caiu em 0,47 ponto percentual, para 2,54%, diante da perspectiva da entrada do Fed no mercado. O mesmo ocorreu no Reino Unido, onde a compra de dívida do governo pelo Banco da Inglaterra (autoridade monetária) desde 5 de março fez os juros diminuírem. O Federal Reserve também enfatizou em seu comunicado a fragilidade da economia norte-americana, o que justifica as medidas “para dar um maior apoio ao crédito hipotecário”.



 
O banco central ampliará sua intervenção direta no setor imobiliário com a compra de títulos hipotecários adicionais no valor de US$ 750 bilhões, o que elevará as aquisições desse tipo de valores para US$ 1,25 trilhão este ano. Além disso, aumentará em US$ 100 bilhões as compras de dívida garantida pelos gigantes imobiliários Freddie Mac e Fannie Mae, que são agora controlados pelo governo, até um total de US$ 200 bilhões este ano. O Fed também disse que é provável que amplie um programa que conta com US$ 1 trilhão para oferecer crédito às famílias e às pequenas empresas, e inclua outros tipos de empréstimos.


 


Linguagem vaga


 
Em seu comunicado, o Comitê do Mercado Aberto do Fed, que determina a política monetária, constatou que a economia norte-americana segue em contração desde janeiro, quando ocorreu sua última reunião. O Comitê afirmou que as exportações diminuíram, já que os parceiros comerciais norte-americanos entraram em recessão. Em seu comunicado anterior, falava sobre uma melhora em alguns mercados financeiros, uma frase que foi eliminada da declaração atual, e sobre uma recuperação no final deste ano.



 
Em vez disso, usou uma linguagem mais vaga, ao dizer que as medidas do Federal Reserve, “junto com o estímulo fiscal e monetário, contribuirão para se retomar gradualmente o crescimento econômico sustentável”. O Comitê de Mercado Aberto manteve a advertência de que a inflação poderia continuar “por algum tempo abaixo das taxas que fomentam o crescimento econômico e a estabilidade de preços a longo prazo”, uma indicação que mostra ainda muito longe a perspectiva de aumentar a taxa de juros.
 


Com agências