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Livro com a nova ortografia chega às livrarias por 120 reais

A quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa chegou nesta quinta (19) às livrarias do país. O Volp, como o vocabulário é chamado na Academia Brasileira de Letras (ABL), vai resolver as dúvidas que os brasileiros carregam desde o primeir

O trabalho foi realizado por uma equipe de 17 pessoas, entre lexicógrafos e revisores, sob o comando do filólogo e gramático Evanildo Bechara, que resultou num volume com 887 páginas, num total de 349.737 vocábulos. Ao contrário dos dicionários, o vocabulário não traz definições das palavras, mas a classe gramatical e a indicação de como se pronuncia.


 


“Ele está sendo visto como uma espécie de Messias”, disse Sérgio Pachá, um dos mais experientes integrantes da Comissão de Lexicografia e Lexicologia da ABL, sobre a expectativa pelo lançamento do vocabulário para sanar as dúvidas quanto às novas regras.


 


O presidente da ABL, Cícero Sandroni, afirmou que “esta edição se apresenta aumentada em seu universo lexical, corrige falhas tipográficas e oferece informações sobre possíveis dúvidas resultantes do emprego de algumas das normas ortográficas”.


 


Surpresa para lingüistas


 


Para o Doutor em Letras e escritor Cláudio Moreno o Volp trará surpresas aos lingüistas. “Pelo que posso imaginar, (o Vocabulário) virá cheio de contradições e de furos. Os acadêmicos em si não entendem disso. Um escritor não entende e não se interessa”, afirmou.


 


“Não sei como vai ficou o vocabulário. O (acadêmico Evanildo) Bechara, (coordenador da Comissão de Lexicografia e Lexicologia da ABL, integrada por ele e pelos acadêmicos Eduardo Portela e Alfredo Bosil) é gramático, mas não ortógrafo.


 


Moreno citou como exemplo a palavra 'co-herdeiro', que deverá vir escrita como 'coerdeiro' no Vocabulário. “Não sei quais as outras surpresas que nos reservam. São decisões da equipe que não é toda poderosa”, afirmou.


 


Para Moreno, o acordo ortográfico esconde um “interesse comercial”. “Não facilita nada didaticamente e não facilita para escrever. Não vai unificar (as escritas de Portugal e Brasil), pois o acordo permite que se esse escreva de duas maneiras. Só tem uma justificativa – alguém vai ganhar dinheiro.”


 


A assessoria de Evanildo Bechara foi contatada para comentar as afirmações do professor Moreno, mas até o momento não se pronunciou a respeito.